MSO - LUSA
Díli, 20 mai (Lusa) - A Guiné-Bissau pretende trocar informações com Timor-Leste sobre os respetivos processos de reforma do setor da defesa e segurança, revelou hoje o primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, após um encontro com o seu homólogo timorense.
"Timor-Leste e a Guiné-Bissau, ontem trilharam caminhos difíceis, e hoje, no caminho da paz, estamos disponíveis para troca de informações porque também temos um processo de reforma do setor da defesa e segurança", disse Carlos Júnior numa declaração aos jornalistas, após se reunir com Xanana Gusmão.
O primeiro-ministro da Guiné-Bissau lembrou o passado comum de luta pela independência, considerando os dois países podem agora discutir e analisar projetos de interesse mútuo.
"Nos momentos mais difíceis cruzamo-nos nos corredores das Nações Unidas para defender a causa de Timor-Leste independente.
Estamos aqui para dizer que os excelentes laços de relacionamento político que sempre houve entre os povos de Timor-Leste e da Guiné-Bissau, têm hoje um momento diferente, com outros desafios", disse.
Sobre a situação no seu país, Carlos Júnior comentou que "os jovens hoje exigem emprego e melhores condições, mas a situação política da Guiné-Bissau está hoje mais estável"
"Somos um país que está a pensar na paz e em pôr os problemas da guerra de parte", concluiu.
Acerca da reunião, o primeiro-ministro de Timor-Leste, Xanana Gusmão, disse que "foram partilhadas ideias e afirmada a vontade de trocar experiências, para reforçar um futuro de boas relações entre os dois países e os dois povos".
Xanana Gusmão lembrou os laços históricos entre os dois países.
"A Guiné-Bissau, foi uma das fontes de inspiração da nossa luta, que começou a luta armada contra os portugueses e que nos fez lutar pela nossa independência nacional", disse, acrescentando que "desde o início a Guiné-Bissau deu apoio à causa timorense".
Aquando da invasão indonésia, em dezembro de 1975, foi a missão diplomática da Guiné-Bissau em Nova Iorque que ajudou a resistência timorense a "andar pelos corredores da ONU", sublinhou.
"Somos países com o mesmo passado histórico e cultural, pelo que nos unem laços profundos de amizade, mas também sonhos, receios e dificuldades", concluiu.
Sem comentários:
Enviar um comentário