quinta-feira, 19 de maio de 2011

Portugal vai colaborar para potenciar setor das rochas ornamentais em Timor Leste




RRL – LUSA

Borba, Évora, 18 mai (Lusa) -- Timor-Leste quer apostar na extração de rochas ornamentais, cujo potencial vai ser identificado por técnicos portugueses, podendo até estimular parcerias entre empresas dos dois países na exploração desses recursos.

Estes são dois dos objetivos de um protocolo de cooperação assinado hoje entre Portugal e Timor-Leste, no Centro Tecnológico para o Aproveitamento e Valorização das Rochas Ornamentais e Industriais (CEVALOR), situado em Borba, no Alentejo.

O acordo foi estabelecido no âmbito da visita do ministro do Turismo, Comércio e Indústria daquele país, Gil da Costa Alves, ao concelho alentejano de Borba, que faz parte do chamado "triângulo dos mármores", com Estremoz e Vila Viçosa.

O ministro timorense realçou à Agência Lusa que a indústria da exploração de rochas ornamentais faz parte do plano estratégico do governo para "o desenvolvimento de Timor a 20 anos, a partir de 2012".

"Timor é rico [nessa área] em vários distritos e regiões" e, por isso, o governo considera que "é importante termos uma prospeção completa do que existe no país", disse.

O CEVALOR é "uma das melhores instituições, não só em Portugal, como também na Europa", no setor das rochas ornamentais (mármores e granitos), elogiou o governante, afiançando que o seu país pode beneficiar da experiência do centro tecnológico português.

"É de aproveitar essa capacidade, para podermos dar mais valia à riqueza económica de Timor", disse, garantindo que a cooperação pode passar à prática, no terreno, "nos próximos meses deste ano".

O acordo entre os dois países, segundo o ministro, prevê também que vários timorenses rumem "este ano" a Portugal para "formação profissional na área da exploração de rochas" no CEVALOR.

O diretor-geral do CEVALOR, António Dieb, adiantou que, dentro de cerca de "dois meses", a instituição pretende "colocar em Timor-Leste uma equipa técnica" para, durante "12 meses, fazer a identificação e a prospeção dos afloramentos rochosos" no país.

A avaliação física e mecânica das características desses recursos, a análise e elaboração do estudo de viabilidade económica da exploração de rochas ornamentais, a identificação de um local para uma primeira pedreira e a abertura da mesma são outras das ações a concretizar.

Para o diretor-geral, trata-se de uma "oportunidade muito grande" para o CEVALOR transportar o seu conhecimento e também aprender em Timor-Leste: "Tudo faremos para a agarrar".

Através da colaboração, o CEVALOR quer ainda "atrair empresários portugueses para investirem em Timor-Leste", não apenas para exportar os recursos nacionais ou aproveitar os daquele país, mas também para a criação de "joint-ventures" com empresários timorenses.

"Timor, não só pelo seu potencial e como país de cultura que partilhamos, mas enquanto grande plataforma de comércio global, com a Indonésia de um lado e a Austrália do outro, pode potenciar o nosso setor", frisou.

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