ÁFRICA 21, com Panapress
"Qual é, enquanto africanos , a nossa parte de responsabilidade?", interroga o chefe do Estado rwandês. “Que imagem a própria África dá ao resto do mundo?", questiona.
Paris – O presidente rwandês, Paul Kagamé, considerou que a intervenção militar das potências internacionais nos países em crise em África, baseando-se nos casos da Côte d’Ivoire e da Líbia, é a "consequência de um fracasso coletivo e individual dos dirigentes africanos".
"Quando alguns Estados africanos criam eles próprios as condições de uma ingerência externa nos seus próprios assuntos, a sua responsabilidade é inteira. Se a nossa própria fraqueza e a nossa má governação nos expõem à manipulação, é inútil queixar-se", declarou Paul Kagamé em entrevista à revista "Jeune Afrique" publicada nesta segunda-feira.
Na Côte d’Ivoire (Costa do Marfim), afirmou Kagamé, as imagens da detenção de Laurent Gbagbo "inspiraram-me uma espécie de tristeza quanto à maneira como se faz e concebe a política em África".
"Quanto mais olho mais vejo, por trás, a sombra do cenarista estrangeiro. O facto de que 50 anos após as independências o destino do povo ivoiriense, da sua economia, da sua moeda, da sua vida política estarem ainda controlados pela antiga potência colonial coloca um problema. É isto que estas imagens mostram antes de tudo”, afirmou o presidente rwandês.
Segundo Paul Kagamé, se a França interveio na Côte d’Ivoire foi devido à incapacidade da União Africana e da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) resolver a crise neste país, acrescentando que é a consequência de um "fracasso coletivo e individual" dos africanos.
"Qual é, enquanto africanos, a nossa parte de responsabilidade?", interroga o chefe do Estado rwandês. “Que imagem a própria África dá ao resto do mundo? Pensamos que o espetáculo de um Exército estrangeiro, mesmo sob cobertura onusina, intervindo nas ruas de uma capital africana é uma boa coisa? Por que nós, africanos, deixamos que nos criem este tipo de situações? Temos a coragem de nos olharmos num espelho?", questionou.
"Quando alguns Estados africanos criam eles próprios as condições de uma ingerência externa nos seus próprios assuntos, a sua responsabilidade é inteira. Se a nossa própria fraqueza e a nossa má governação nos expõem à manipulação, é inútil queixar-se", declarou Paul Kagamé em entrevista à revista "Jeune Afrique" publicada nesta segunda-feira.
Na Côte d’Ivoire (Costa do Marfim), afirmou Kagamé, as imagens da detenção de Laurent Gbagbo "inspiraram-me uma espécie de tristeza quanto à maneira como se faz e concebe a política em África".
"Quanto mais olho mais vejo, por trás, a sombra do cenarista estrangeiro. O facto de que 50 anos após as independências o destino do povo ivoiriense, da sua economia, da sua moeda, da sua vida política estarem ainda controlados pela antiga potência colonial coloca um problema. É isto que estas imagens mostram antes de tudo”, afirmou o presidente rwandês.
Segundo Paul Kagamé, se a França interveio na Côte d’Ivoire foi devido à incapacidade da União Africana e da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) resolver a crise neste país, acrescentando que é a consequência de um "fracasso coletivo e individual" dos africanos.
"Qual é, enquanto africanos, a nossa parte de responsabilidade?", interroga o chefe do Estado rwandês. “Que imagem a própria África dá ao resto do mundo? Pensamos que o espetáculo de um Exército estrangeiro, mesmo sob cobertura onusina, intervindo nas ruas de uma capital africana é uma boa coisa? Por que nós, africanos, deixamos que nos criem este tipo de situações? Temos a coragem de nos olharmos num espelho?", questionou.
Na foto: Criminoso de guerra Paul Kagamé
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