Os talibã afegãos, que deram refúgio a Osama bin Laden quando controlavam o Afeganistão (1996-2001), consideraram esta terça-feira ser "prematuro" comentar a eventual morte do líder da rede terrorista al-Qaeda, alegando falta de "provas".
É a primeira reacção dos talibã depois do anúncio do presidente norte-americano, Barack Obama, no domingo à noite em Washington (segunda-feira de madrugada em Portugal) da morte de bin Laden, na sequência de uma missão das forças especiais norte-americanas no Paquistão.
Segundo responsáveis norte-americanos, o líder da al-Qaeda foi morto durante um ataque a um complexo nos arredores de Islamabad, na localidade de Abbottabad, onde a sua presença foi confirmada no final de Abril.
"Os americanos não forneceram documentos convincentes que possam provar as suas afirmações e fontes próximas de bin Laden não confirmaram, nem desmentiram, as informações sobre o seu mártir", referiu um comunicado, publicado esta terça-feira num dos sites conotados com o movimento talibã.
"O Emirado islâmico do Afeganistão (o nome do regime talibã que controlou o Afeganistão entre 1996 e 2001) considera que é prematuro fazer uma declaração sobre este assunto", concluiu a mesma nota informativa.
Na segunda-feira, um alto responsável norte-americano divulgou que uma análise de ADN permitiu confirmar a morte de Osama bin Laden.
O responsável, que não quis ser identificado, confirmou que o ADN retirado do corpo de uma das pessoas mortas no tiroteio no domingo numa cidade a norte de Islamabad corresponde ao do líder da al-Qaeda.
Segundo um outro responsável, que também não quis ser identificado, "o ADN corresponde ao de vários membros da família bin Laden. A probabilidade do ADN (do corpo) ser o de bin Laden é de pelo menos 99%".
Entretanto, a Casa Branca enfrenta o dilema de publicar ou não a fotografia do cadáver de Bin Laden.
De acordo com um alto responsável norte-americano, que preferiu o anonimato, a equipa de segurança nacional do presidente Barack Obama continua a discutir este assunto bastante sensível e ainda não tomou uma decisão.
Washington está igualmente avaliar as possíveis consequências da publicação, nomeadamente a ocorrência de protestos violentos no mundo muçulmano.
Elementos do Congresso norte-americano já reclamaram a publicação das fotografias do corpo de bin Laden, como forma de provar à opinião pública internacional que a perseguição ao homem mais procurado do mundo terminou.
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