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Díli, 09 mai (Lusa) -- O vice-primeiro-ministro de Timor-Leste, José Luís Guterres, considerou hoje que a sua absolvição pelo Tribunal de Díli veio demonstrar que os timorenses podem confiar na justiça do país.
No final da leitura do acórdão que o absolveu da acusação dos crimes de gestão danosa e abuso de poder, o vice-primeiro-ministro foi cumprimentar o seu defensor público, Sérgio Hornay, e foi efusivamente aplaudido por uma pequena multidão que se juntou no átrio do Palácio da Justiça de Díli.
Após a leitura da sentença pelo juiz-presidente João Ribeiro, coube ao juiz português João Felgar explicar o acórdão, mas ainda o mesmo não tinha concluído e já as palmas ecoavam na sala e nas áreas contíguas, logo que foi percebida a decisão de absolvição.
Amigos e correlegionários, mas também políticos de outros partidos e colegas de Governo juntaram-se à saída da sala de audiências para felicitar José Luís Guterres, enquanto os jornalistas tentavam com dificuldade obter o seu comentário à decisão.
Primeiro em tétum e depois em português, José Luís Guterres enalteceu o teor do acórdão, considerando-o uma demonstração de que os cidadãos podem confiar nas instituições judiciais timorenses.
"O tribunal coletivo demonstrou à nossa sociedade, ao nosso povo, que é possível confiar nas nossas instituições judiciais. Respeito profundamente as decisões que foram tomadas", disse.
O vice-primeiro-ministro lamentou o desgaste a que esteve sujeito durante o tempo em que aguardou pela decisão judicial, afirmando não desejar que os seus adversários políticos venham a passar pelo mesmo.
"Tenho arcado com esse peso de ver o meu nome envolvido num processo judicial durante quase três anos, o que me afetou profundamente, mas encontrei hoje a Justiça nesta casa soberana", disse.
"Devo dizer que não guardo nenhum rancor aos meus adversários políticos e quero apenas que no plano político se faça política sem utilizar falsas acusações contra ninguém", acrescentou o vice-primeiro-ministro.
"O peso que eu carreguei durante muito tempo (com este processo) não o quero passar aos meus opositores", declarou.
José Luís Guterres assegurou que tencionava acatar a decisão judicial, fosse ela qual fosse, pelo "profundo respeito" que lhe merece o tribunal e brincou com a perspetiva de uma condenação.
"Respeito profundamente o tribunal, sejam quais forem as suas decisões. Mesmo que o tribunal decidisse que eu teria de ir passar um tempo ao "hotel" de Becora (estabelecimento prisional de Díli) eu estaria pronto a fazê-lo", garantiu.
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