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Rio de Janeiro, 28 jun (Lusa) -- Mais de dois anos após a implantação da primeira Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), o programa de segurança pública que visa retomar o controle nas favelas do Rio de Janeiro mostra que veio para ficar, mas que também tem as suas falhas.
Episódios recentes de violência, registados tanto com policiais como com civis, próximos a comunidades já pacificadas, fizeram com que o coronel Robson Rodrigues, comandante das UPPs, admitisse numa entrevista ao jornal "O Globo", que ainda existem alguns "pontos críticos" a serem resolvidos.
"A pacificação é um processo gradativo, em que a comunidade vai sendo mapeada e os policiais conquistam a confiança dos moradores", afirmou o responsável, que admitiu que em algumas das áreas as armas ilegais ainda não foram totalmente banidas.
"O armamento ostensivo, que leva medo à população, já não existe mais. As armas ocultas, no entanto, ainda podem circular, não temos como estar dentro de todas as casas", sublinhou o coronel.
As declarações do responsável foram feitas depois do episódio registado no último domingo, quando bandidos do morro do Fallet lançaram uma granada contra um polícia militar. A comunidade em questão recebeu uma UPP em fevereiro deste ano.
O polícia atingido continua internado no hospital da corporação em estado grave. O efetivo perdeu a perna esquerda durante a explosão.
Outros dois soldados da polícia militar também foram atingidos pela explosão, mas já tiveram alta.
Após o ocorrido, o coronel Mário Sérgio Duarte, comandante-geral da Polícia Militar, informou que a corporação deu início a um estudo com o objetivo de rever a ação realizada na comunidade em questão.
Na noite desta segunda-feira, no entanto, outro episódio de violência voltou a preocupar as forças policiais. Dois jovens que trabalhavam como moto-táxis foram mortos a tiro a aproximadamente 500 metros da UPP do morro do Andaraí.
O capitão Victor de Souza, responsável pela unidade do Andaraí, informou que a sua equipe está a investigar o caso. Há suspeitas de que o crime tenha sido cometido por traficantes que permanecem no morro.
Até agora, nenhuma alteração na estratégia adotada pela secretaria de segurança no que diz respeito às ocupações foi anunciada.
A última ação realizada ocorreu antes dos últimos incidentes, há duas semanas, no morro da Mangueira, na zona norte da cidade. A operação, que transcorreu de forma pacífica, contou com 750 homens da polícia civil e militar e terminou sem que nenhum tiro fosse disparado.
*Foto em Lusa
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