Ele trabalha com direitos humanos e foi barrado em aeroporto pelo regime do país
O psicólogo mariliense Marcio Gagliato, 30 anos, trabalha como ativista humanitário há mais de um ano no Zimbábue, país ao sul da África, e denuncia perseguição a opositores por aliados do ditador Robert Mugabe, que tenta se manter no poder no país.
Por email, o mariliense afirmou que está sofrendo pressões após reportagem publicada na quinta-feira (9), no jornal Folha de S. Paulo. “Existe uma preocupação grande de que algo aconteça por conta da denúncia que ocorreu semana passada pela Folha de S. Paulo. Mas até agora não aconteceu nada. Está tudo bem”, escreveu.
Na reportagem da Folha, ele conta que foi barrado no aeroporto de Harare (capital do Zimbábue) há dois meses quando voltava de uma reunião da Suíça. “Conforme a violência aumenta, o governo vem fechando o cerco aos ativistas. A ditadura mantém vigilância pesada e senti isso na pele quando fui barrado no aeroporto”, conta em trecho da reportagem.
Márcio conta que a imigração zimbabuana deteve seu passaporte e ele foi deportado para Etiópia, onde tinha feito escala. “Lá, penei para conseguir meus documentos de volta. Fiquei dois dias no aeroporto, com a roupa do corpo e sob muita tensão”, relata.
Márcio trabalha há 6 anos como ativista
Márcio é filho do coronel aposentado da PM, Alvim Gagliato, atual responsável pela Defesa Civil em Marília. Alvim conta que conversou com o filho no domingo (12). “O que ele está tentando fazer é chamar a atenção do mundo para os países que passam por uma guerra civil. Ele quer que os países que tem condições socorram as pessoas que estão sendo torturadas e mutiladas”, disse.
Segundo Alvim, Márcio não pensa em voltar para o Brasil. “Ele sempre teve essa consciência de justiça, democracia e liberdade, e não fala em voltar, quer continuar lá desenvolvendo o trabalho dele”.
Márcio trabalha como ativista humanitário há seis anos e já passou por países como Timor Leste, Sudão, Somália e Ruanda.
Ele é formado em psicologia pela Unimar (Universidade de Marília), e tem mestrado em psicologia social pela PUC-SP. (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo).
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