quinta-feira, 9 de junho de 2011

Cabo Verde - Presidenciais: Joaquim Monteiro, o ex-combatente que serviu com Eanes





Praia - Joaquim Jaime Monteiro, que à última hora se apresentou como candidato à presidência de Cabo Verde tem um passado ligado à luta pela independência, embora, antes disso, tenha cumprido o serviço militar obrigatório em Macau, juntamente com Ramalho Eanes.

Natural de Coculi, na ilha de Santo Antão, onde nasceu a 21 de Agosto de 1940 (70 anos), Joaquim Monteiro é agora reformado, depois de "muitos anos" na "polivalência da docência" e de uma tentativa frustrada de se apresentar às presidenciais cabo-verdianas de 1996 por não ter conseguido reunir as assinaturas necessárias.

Com uma "formação pela vida fora", serviu, entre 1961 e 1964, o Exército português em Macau, "vítima do serviço militar obrigatório" então vigente, altura em que conheceu o ex-Presidente português -- "conheci-o mas não fomos amigos".

Após regressar a Cabo Verde, entrou quase de imediato, em Janeiro de 1965, como militante na clandestinidade do então movimento anti-colonialista Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).

"Já tinha visto muita fome e não concordava com os ideais do regime português. Foi fácil a entrada no PAIGC", disse à Lusa, indicando que a profissão de professor, que manteve até à independência, em Julho de 1975, lhe serviu de "capa" para a militância clandestina.

À Lusa disse que também fez parte do grupo que estava a preparar o desembarque em Cabo Verde, numa altura em que o PAIGC pretendia estender a luta armada para o arquipélago, tentativa que acabaria por ser abortada pela então polícia política portuguesa, a PIDE.

"Safei-me por um triz", frisou, sem pormenorizar, lembrando que esteve várias vezes com Amílcar Cabral, assassinado em Conacri em 1973 em circunstâncias ainda por esclarecer, que foi quem lhe deu ordens para regressar a Cabo Verde quando, em Julho de 1965, percorria as capitais europeias a promover os objetivos da independência.

"Entrei na política aos 18 anos e aí estive até à independência", garantiu, assumindo-se ainda como "militante" do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV -- a sigla mudou em 1980), no poder em Cabo Verde entre 1975 e 1991 e, atualmente, desde 2001.

Questionado sobre se a sua candidatura não colide com a apoiada pelo PAICV (Manuel Inocêncio Sousa), Joaquim Monteiro prefere desviar a resposta, afirmando que "a vontade do povo é soberana".

Fora da política ativa, apesar de continuar militante, mas "longe dos holofotes", Joaquim Monteiro assume-se também como reformado, mas "investigador nas áreas política e agro-industrial".

O seu lema eleitoral é "Continuar Cabo Verde, Melhorar Cabo Verde" e considera os seus adversários na corrida à sucessão de Pedro Pires como "companheiros de campanha" para um Cabo Verde melhor.

O dinheiro para a campanha, assumiu, será "à dimensão de Cabo Verde", ou seja, "pouco", recorrendo a empréstimos bancários para pagar as despesas. Quanto ao que espera dos resultados, apenas garante que terá "um «score» elevado".

1 comentário:

Joaquim Monteiro disse...

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