Durão Barroso criticou hoje implicitamente os governos portugueses a seguir ao que liderou em Portugal até 2004 por não terem seguido os seus esforços de contenção orçamental e correção dos problemas estruturais do país.
"Quando era primeiro-ministro, no dia em que terminei o meu mandato, o défice [orçamental] estava, de facto, abaixo dos 3,0 por cento [...] e a dívida [pública], se me recordo bem, estava nos 57 ou 58 por cento, portanto abaixo do limite" de 60 por cento do PIB, recordou hoje o presidente da Comissão Europeia.
Em resposta às perguntas de um jornalista, Durão Barroso reconheceu que os problemas que a Grécia e Portugal estão a atravessar neste momento são "problemas de competitividade estrutural" e de, "em certos períodos", ter havido "despesas demasiado elevadas".
"Nessa altura (2004) eu estava a tentar que o meu país fizesse esforços e algumas pessoas não concordavam com esses esforços", recordou o presidente da Comissão Europeia, defendendo que "o problema aparece quando esse caminho não tem continuação".
Durão Barroso concluiu que "agora a dívida portuguesa está acima dos 100 por cento e isso é, de facto, um dos problemas que Portugal está a enfrentar".
As regras europeias impõem que o défice orçamental dos Estados-membros não deve ultrapassar os 3,0 por cento do PIB e a dívida os 60,0.
Durão Barroso foi primeiro-ministro de abril de 2002 até junho de 2004, tendo abandonado o cargo para ir para Bruxelas como presidente da Comissão Europeia.
Depois de alguns meses de um Governo de coligação entre PSD e CDS-PP, José Sócrates assumiu em março de 2005 o cargo de chefe do executivo tendo liderado dois governos do PS.
Lusa
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