CORREIO DO BRASIL, com BBC - de Londres
Professores e servidores públicos britânicos devem entrar em greve nesta semana, apesar de novas negociações nesta segunda-feira entre o governo e sindicatos sobre reformas no sistema de pensões do setor público. A greve fechará escolas e escritórios do governo e pode levar ao fechamento de portos e aeroportos. O movimento pode ser só um aperitivo de greves mais amplas esperadas ainda para este ano.
O governo condenou os planos, previstos para quinta-feira, para que 750 mil pessoas cruzem os braços, o correspondente a um em cada oito funcionários do setor público. O governo liderado pelos conservadores enfrenta um desafio familiar a outros países europeus: como continuar a dar apoio a uma população que envelhece num momento em que o governo tenta reduzir gastos.
– Um equilíbrio sensível entre a vida passada trabalhando e a vida passada na aposentadoria faz sentido e torna essas pensões sustentáveis – disse o ministro do Gabinete, Francis Maude, à agência britânica de notícias BBC.
A proposta de reforma é baseada em uma revisão feita por um ex-ministro do antigo governo trabalhista, de oposição. Sob essa reforma, as pensões baseadas nos salários finais seriam substituídas por uma baseada nos ganhos obtidos ao longo de toda uma carreira. Os trabalhadores contribuiriam mais para sua pensão e a idade para aposentadoria aumentaria.
O sindicalismo perdeu força na Grã-Bretanha ao longo da década de 1980, mas o setor público continua sendo um bastião dos sindicatos. Servidores públicos já sofrem um congelamento salarial e a perda de mais de 300 mil postos de trabalho num momento em que o governo busca cortar gastos. Para alguns dos sindicatos, a reforma no sistema de pensões é a gota d’água que fará o copo transbordar para a greve.
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