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Caracas, 25 jun (Lusa) - O ministro venezuelano dos Negócios Estrangeiros, Nicolás Maduro, revelou hoje que o presidente, Hugo Chávez, está a "batalhar pela sua saúde" em Cuba, onde foi operado de urgência a um "abcesso pélvico", motivando especulações sobre o seu estado.
"A batalha que o presidente [Hugo] Chávez está a fazer pela sua saúde tem que ser uma batalha de todos, a batalha pela vida, pelo futuro imediato da nossa pátria. Isto é o que podemos transmitir aos nossos compatriotas", disse.
O ministro venezuelano falava, na noite de sexta-feira, aos jornalistas, que o questionaram sobre a recuperação do presidente, que era esperado na Venezuela para as celebrações de mais um aniversário da batalha de Carabobo, a 24 de junho de 1821.
"Temos recebido cartas de presidentes e de primeiros-ministros de todo o continente, do mundo inteiro, da Europa, Ásia. De um mundo pendente e acompanhando o presidente Chávez nesta jornada, que é uma batalha para o restabelecimento definitivo da sua saúde", afirmou.
A partir de Cuba, o presidente venezuelano enviou uma mensagem via Twitter para assinalar a data: "Hoje é o dia do meu exército e o sol amanheceu brilhante, vá um gigantesco abraço aos meus soldados e ao meu povo amado", afirmava.
Entretanto, citando fontes dos serviços secretos norte-americanos, o jornal El Nuevo Herald de Miami, Estados Unidos, avança hoje que o Chávez atravessa um quadro clínico "crítico", sem confirmar se o presidente estará a receber tratamento para um cancro da próstata, uma doença cada vez comentada "nas altas esferas venezuelanas".
"Encontra-se num estado crítico, não grave, mas sim crítico, complicado", explica o jornal, citando fontes que pediram anonimato.
O jornal revela ainda que uma das filhas do presidente da Venezuela, Rosinés Chávez, teria saído "da Venezuela misteriosamente com rumo a Cuba num avião da Força Aérea" venezuelana, acompanhada pela mãe e ex-mulher de Hugo Chávez, Marisabel Rodríguez.
Na Venezuela, fontes não oficiais dão conta que Hugo Chávez poderá necessitar de mais 10 a 20 dias de recuperação, apesar de ser esperado no país a 05 de julho, para as celebrações do bicentenário da independência da Venezuela.
Desde a hospitalização de Hugo Chávez, a oposição venezuelana tem exigido ao Governo e ao Parlamento, de maioria afeta ao atual regime, que deem a conhecer pormenores sobre o estado de saúde do chefe de Estado.
A oposição reclama ainda que o vice-presidente da Venezuela, Elías Jaua, assuma a presidência da República, com base num artigo da Constituição que lhe atribui essa possibilidade em caso da ausência do presidente.
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