terça-feira, 21 de junho de 2011

INDONÉSIOS DESTRUIRAM INSTALAÇÃO FOTOVOLTAICA EM PATSABE, NA FRONTEIRA




MSO - LUSA

Díli, 21 jun (Lusa) -- Uma instalação de energia fotovoltaica que estava a ser construída em Patsabe, Oecusse, pelo Governo timorense, ao abrigo do programa de eletrificação rural, foi destruída por um grupo de indonésios, revelou hoje fonte diplomática.

O ato de sabotagem, de acordo com a mesma fonte da diplomacia timorense, está relacionado com disputas fronteiriças na região, apesar de o local não ser um dos pontos ainda em aberto nas negociações entre os dois países, para a delimitação da fronteira comum.

Segundo a mesma fonte "não há qualquer desentendimento entre os governos de Timor-Leste e da Indonésia" quanto ao local, cujo traçado da fronteira havia já sido definido pela comissão técnica conjunta, mas a população do lado indonésio não foi esclarecida, o que poderá estar na origem do incidente.

O aumento de tensão na zona é confirmado numa notícia publicada pelo Jakarta Post, a partir de Cupang, dando conta de que "centenas de moradores (da aldeia de Haumeni Ana, distrito de Bikomi Nilulat) têm tentado nos últimos dois dias parar a instalação de uma rede de eletricidade com energia solar do país vizinho, numa área de 80 hectares disputada".

"Residentes indonésios que vivem na fronteira estão muito zangados porque o local deve ser desprovido de atividades civis, porque ainda está em disputa", declarou ao Jakarta Post o vice-regente Aloysius Kobes, após visitar a área acompanhado do comandante da Unidade de Segurança de Fronteira, Ricky Lumintang, e do vice-chefe de polícia.

Aloysius Kobes disse ao jornal australiano que iria pedir ao Governo de Timor-Leste para interromper a instalação de energia no terreno contestado para evitar uma escalada do conflito, enquanto Ricky Lumitang anunciou que iria reunir com o comandante da polícia de fronteira de Timor-Leste para se tomarem medidas imediatas para cessar os incidentes. O comandante da polícia timorense, Alexandre Pinto, esclareceu, por seu turno, que o projeto de eletricidade está localizado em território de Timor-Leste.

"A instalação para a produção de energia está a ser feita desde março em território de Timor-Leste. Se houver objeções da Indonésia, devem ser colocadas através dos mecanismos existentes, e não inflamar a situação, deslocando forças militares indonésias para o local disputado", comentou.

O chefe da aldeia de Haumeni Ana justificou que "as pessoas revoltaram-se porque as atividades de construção foram realizadas na zona neutra de ambos os países", na convicção de que os dois países ainda não chegaram a entendimento quanto ao local, situado numa zona onde já no tempo colonial português havia escaramuças fronteiriças.

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