CORREIO DO BRASIL, com Reuters
Um aumento de radiação interrompeu a retirada de água radioativa na usina japonesa de Fukushima neste sábado, poucas horas após o processo ter sido iniciado, um novo revés nos esforços para restaurar a situação do complexo atingido pelo terremoto.
A usina vem vazando radiação na atmosfera desde o tremor seguido de tsunami de 11 de março, e tanto a China quanto a Coreia do Sul expressaram preocupação com a possibilidade de novos vazamentos para o mar.
A Tokyo Electric Power Company, ou Tepco, operadora do complexo de Fukushima Daiichi, disse que espera retomar a limpeza dentro de uma semana.
O plano encontrou um novo obstáculo quando o Japão completou cem dias desde que a catástrofe deixou quase 24 mil mortos e desaparecidos e avariou os sistemas de resfriamento da usina. Serviços fúnebres budistas foram realizados por todo o país no dia em que os enlutados tradicionalmente buscam alívio para a dor.
Uma declaração divulgada pela Tepco informou que a suspensão foi motivada por um aumento de radiação maior do que o esperado em uma parte do sistema feito para absorver césio.
- No momento, não especificamos a razão – disse um porta-voz da Tepco em uma coletiva de imprensa.
- Por isso não podemos dizer quando podemos retomar a operação. Mas eu diria que não é algo que levaria semanas.
O funcionário declarou que equipes trabalhando na usina acreditam que o aumento de radiação pode estar ligado ou ao sedimento fluindo no maquinário que absorve césio ou a um erro de monitoramento causado por tubulações próximas levando água contaminada.
Mas uma retomada, disse ele, é essencial para lidar com a água altamente radioativa. Autoridades dizem que 110 mil toneladas, o equivalente a 40 piscinas olímpicas, estão armazenadas na usina localizada 240 km ao norte de Tóquio.
- A menos que possamos retomar a operação dentro de uma semana, teremos problemas para dispormos da água contaminada – afirmou o funcionário.
- Mas se isto for causado pelas razões que estamos pensando, podemos recomeçar a operação em uma semana.
O funcionário declarou que no momento a Tepco não prevê adiamentos em seu plano geral para retomar o controle total da usina de Fukushima Daiichi até o final do ano.
O plano, ridicularizado por alguns críticos como muito otimista, propõe o fechamento de seus três reatores instáveis até janeiro de 2012.
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