quarta-feira, 15 de junho de 2011

Moçambique: “SINTOMAS DE POBREZA” EM NHAMAGUA NO CENTRO DO PAÍS




AYAC - LUSA

Macossa, Manica 15 jun (Lusa) - Partos e pequenas cirurgias estão a ser feitos à luz de lanternas por causa da falta de energia elétrica em Nhamagua, província de Manica, centro de Moçambique, uma situação que tem, alegadamente, originado algumas mortes prematuras disseram hoje populares.

Segundo elementos da população, a degradação das estradas, falta de ambulâncias e de comunicações têm agravado os problemas daquela comunidade, que se vê obrigada a percorrer longas distâncias para ter assistência médica. Não raras vezes "os pacientes morrem antes do hospital", acusam.

"Somos assistidos com a luz de lanternas e por vezes acabam pilhas em plena atividade, devido à falta de energia elétrica, o que nos deixa preocupados. Os doentes morrem a caminho do hospital por falta de ambulância para socorrer", queixou-se Fargena Fombe, residente em Nhamagua.

Ainda segundo a fonte, que falava no comício popular durante a presidência aberta de Armando Guebuza à província de Manica, a população vê-se obrigada a subir a papaieiras ou a escalar montanhas para ter rede telefónica, aproveitando uma antena que está a mais de 40 quilómetros de distância.

Entretanto, o Presidente da Republica, Armando Guebuza, que reconheceu as dificuldades da população, descrevendo a situação como "sintoma de pobreza", disse que o país ainda precisa de muito trabalho para vencer os obstáculos.

"Somos pobres quando ficamos doentes e não podemos curar, porque não temos hospital ou fica longe, ou ainda, não tem médico ou medicamentos. Isso é pobreza. Precisamos ter auto-estima e acreditar que podemos vencer. Devemos aumentar em quantidade e qualidade do que temos", exortou o chefe de Estado.

Para Guebuza, o fundamental para vencer a pobreza é a unidade nacional e a paz, numa alusão às ameaças de manifestações pela oposição, dizendo que "enquanto uns tiverem mais e outros sem nada, a paz não será sustentável".

Nhamagua foi o primeiro posto administrativo escalado pelo primeiro presidente de Moçambique, Samora Machel, em 1975, na sua visita à província de Manica. Depois de 36 anos voltou a ser visitado pela figura máxima do país.

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