segunda-feira, 6 de junho de 2011

Porto com menor abstenção do país nas eleições, Lisboa única a crescer em participação




TDI(HPG/SF) - LUSA

Porto, 06 jun (Lusa) - O Porto foi o círculo eleitoral onde a abstenção nas legislativas de domingo foi mais baixa, apesar de ter subido em todo país, com a exceção de Lisboa, segundo dados da Direção-Geral da Administração Interna (DGAI).

Os dados divulgados no sítio da DGAI indicam que Lisboa foi o único distrito do país onde o número de votantes subiu, em comparação com as eleições legislativas de 2009, passando de uma participação de 61,87 por cento para 62,19.

O Porto, apesar de ter crescido em termos de abstenção, passou a ser o distrito com a mais baixa percentagem de abstencionistas, ao atingir 36,78 por cento de ausentes do ato eleitoral, cerca de quatro pontos abaixo da média nacional.

Em 2009, o círculo de Braga tinha sido o mais participativo no ato eleitoral, com 65,23 por cento dos cidadãos inscritos a terem ido votar. Na altura, o Porto ficava-se pelos 65,10 por cento de votantes.

O professor da Universidade de Aveiro Carlos Jalali, autor do livro "Partidos e Democracia em Portugal, 1974-2005", considera que uma possibilidade para a subida da participação, em particular nos grandes círculos, se pode dever à presença no boletim de voto dos pequenos partidos.

"Uma explicação possível para isso é a capacidade de mobilização por parte dos partidos num círculo eleitoral que é mais proporcional. É muito mais fácil eleger um deputado em Lisboa do que em Portalegre", afirma à Lusa Carlos Jalali, o que significa que um apoiante de partidos como o PAN ou o MRPP pode ter sentido que o seu contributo "faria uma diferença".

O professor universitário constata que "sistemas mais proporcionais incentivam ao voto" exatamente por darem essa sensação de valorização do voto individual.

Quando à tendência de crescimento da abstenção, Jalali fala de "uma perceção da inutilidade do voto, o sentimento de que o seu voto não iria contribuir para alterar aquele que é o rumo do país".

Acima de tudo, indica o académico, "o que esta subida [da abstenção] reflete é um certo desfasamento entre o lado da oferta partidária e o lado da procura por parte dos cidadãos".

Com 226 dos 230 mandatos atribuídos - os quatro mandatos dos círculos Europa e Fora da Europa serão conhecidos dia 15 - a afluência registada em território nacional foi de 58,9 por cento, o que resulta numa abstenção de 41,1.

Nas legislativas de 2009, a taxa de abstencionistas já tinha sido elevada: 40,32 por cento.

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