domingo, 19 de junho de 2011

"Valorização da língua portuguesa continua a ser grande problema" - Associação de Macau




FV - LUSA

Macau, China, 19 jun (Lusa) -- A "valorização da língua portuguesa continua a ser o grande problema" em Macau, disse o presidente da Associação dos Macaenses, que este ano celebra quinze anos com iniciativas culturais, incluindo o concurso de design "Macau, uma casa para todos".

Em declarações à agência Lusa, Miguel Senna Fernandes sublinhou que "há muito macaense que deixou de falar português e que não domina a escrita da língua chinesa", o que traz algumas dificuldades, inclusive profissionais.

"Ainda bem que o governo central da República Popular da China quer uma maior aproximação aos Países de Língua Oficial Portuguesa, e que escolheu Macau como plataforma de entendimento entre Portugal e a China", afirmou, ao considerar que "a língua portuguesa tem de ser protegida".

É precisamente "no entendimento secular dos povos" e na "co-existência pacífica" que é inspirado o "Macau, uma casa para todos", concurso que irá escolher o desenho do selo comemorativo do décimo quinto aniversário da associação.

"Todos podem participar no concurso [aberto até 16 de julho], desde que tenham mais de 21 anos e residam em Macau", explicou Miguel Senna Fernandes, justificando a escolha do tema pela "multicularidade, naquela que é a verdadeira essência e milagre" do território, uma vez que "portugueses e chineses viveram sempre paredes-meias, sobre chão comum, sem disputas étnicas".

A Associação dos Macaenses (ADM) foi fundada a 30 de setembro de 1996, mas o aniversário vai ser celebrado a 7 de outubro, num jantar de entrega dos prémios do concurso de design do selo comemorativo, cujos valores monetários variam entre as mil e três mil e quinhentas patacas (entre os 85 e 300 euros).

Na presidência há três mandatos, Miguel Senna Fernandes, apontou o rejuvenescimento da massa associativa como o grande desafio da Associação dos Macaenses a curto prazo, "sob pena de se morrer quando se recorre a fórmulas já gastas".

Observando a necessidade de "sangue novo", o presidente da ADM explicou que "a renovação é sinal de vitalidade", e que "no contexto de Macau, o associativismo é muito importante", dando o exemplo da "maior visibilidade" conseguida pela associação para a comunidade nos últimos 15 anos.

A Associação dos Macaenses luta ainda pelo alargamento da sede, atualmente a ocupar um "espaço exíguo", tema que tem vindo a ser objeto de conversação com o Governo local, segundo Miguel de Senna Fernandes.

Para assinalar os 15 anos, a ADM tem ainda previstas duas outras iniciativas de carácter cultural: uma exposição fotográfica com trabalhos de amadores, a exibir em novembro, e um álbum de fotos da comunidade macaense, uma "experiência piloto, que pretende dar a conhecer o que foi o convívio dos macaenses", baseada no acervo da associação e em imagens cedidas por particulares, além de manter a co-organização do arraial de São João em Macau, com outras cinco unidades associativas.

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