DESTAK - LUSA
A chanceler alemã, Angela Merkel, anunciou hoje, em Luanda, após um encontro com o Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, que a Alemanha propôs a Angola a venda de barcos patrulha para a marinha angolana controlar as fronteiras.
O chefe dos estaleiros Lürssen, Friedrich Lürssen, que viaja na comitiva da chanceler, revelou a jornalistas alemães, à margem do encontro, que se trata de seis a oito barcos-patrulha, e que cada um custa entre 10 e 25 milhões euros.
Por sua vez, o Presidente angolano José Eduardo dos Santos anunciou após o encontro com Merkel que Angola está a modernizar as suas forças armadas e a promover concursos internacionais para adquirir material, confirmando que a Alemanha fez uma oferta.
Na Alemanha, a proposta de Angela Merkel provocou uma reacção imediata do maior partido da oposição, os sociais-democratas do SPD.
O porta-voz do grupo parlamentar social-democrata para a política externa, Rolf Mützenich, criticou a iniciativa da chanceler, afirmando que a oferta de venda de barcos patrulha a Angola “é inaceitável e viola as directivas quanto à exportação de armamentos”.
Em declarações à edição electrónica do jornal Kölner Stadt Anzeiger, Mützenich lembrou ainda que o Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão, na sua avaliação política sobre Angola, considera que a situação dos direitos humanos na antiga colónia portuguesa é “má”.
O porta-voz social-democrata acrescentou que Angola “está longe de ser um modelo de democracia, e além disso o clã do Presidente parece ser vulnerável à corrupção”.
No contexto da recente polémica sobre a venda de blindados alemães à Arábia Saudita, que a oposição parlamentar criticou, as afirmações de Merkel em Luanda sobre a venda de armas a Angola “são totalmente incompreensíveis”, sublinhou Mützenich.
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