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Rio de Janeiro, 05 jul (Lusa) -- A Presidente do Brasil Dilma Rousseff exaltou hoje o potencial hidroelétrico do país e defendeu a construção de centrais hidroelétricas de grande porte, durante a cerimónia de inauguração das obras de desvio do rio Madeira, em Rondónia.
"Nos últimos anos, havíamos parado a estratégia de construção de usinas (central) hidroelétricas de grande porte no Brasil e recentemente retornamos. Santo António reflete esse momento do Brasil, em que voltamos a pensar em nosso desenvolvimento", declarou a Presidente.
Dilma foi à cidade de Porto Velho, no norte do país, especialmente para marcar o início das obras de desvio do rio Madeira, onde está a ser construído um complexo hidroelétrico, com duas mega centrais geradoras, conhecidas como Santo António e Jirau.
A central de Santo António, que terá capacidade para produzir 3.500 megawatts de energia, começou a ser construída em 2008 e deverá estar concluída ainda este ano. O desvio do rio faz parte da fase preliminar de enchimento do reservatório.
A declaração de Dilma, que defendeu a produção da energia "limpa", em detrimento da construção de mais centrais nucleares e termoelétricas, ocorre num momento em que o Brasil tem sofrido forte pressão internacional por causa dos megaprojetos hidroelétricos em andamento.
Diversas organizações internacionais de proteção do meio ambiente e dos direitos humanos, em especial os dos povos indígenas, acusam os projetos do governo de colocar em risco a sobrevivência de tribos indígenas que vivem isoladas na região Amazónica, além de serem responsáveis por grandes operações de desflorestação em áreas de rica biodiversidade.
Mais recentemente, a central hidroelétrica de Belo Monte, no rio Xingu, também no norte do país, foi alvo de um relatório da Amnistia Internacional que pedia que o Ibama (órgão responsável pela concessão de licenças ambientais no país) não autorizasse o início das obras.
Em abril, a Comissão de Direitos Humanos da OEA (Organização dos Estados Americanos) solicitou oficialmente ao governo brasileiro que nenhuma obra fosse executada até que as obrigações dos estudos de impacto ambiental fossem cumpridas.
Na ocasião, o governo brasileiro emitiu uma resposta na qual dizia ter recebido com "perplexidade" as recomendações que, a seu ver, seriam "precipitadas e injustificáveis".
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