sexta-feira, 1 de julho de 2011

Brasil: MINISTRO QUER PARCERIA COM PORTUGAL PARA CONQUISTAR MERCADOS AFRICANOS




GL - LUSA

São Paulo, Brasil, 30 jun (Lusa) - O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior brasileiro, Fernando Pimentel, defendeu hoje o reforço da parceria entre o Brasil e Portugal para a expansão dos negócios dos dois países nos mercados africanos.

"Nós temos uma presença histórica consolidada naquele continente e precisamos fazer valer essa capacidade. Caso contrário, ficaremos fora do jogo internacional", declarou.

O ministro disse estar convencido de que África será o grande palco das disputas económicas do século XXI, citando como exemplo a crescente presença da China naquele continente.

"Ela [a China] claramente vê o continente africano como uma peça estratégica na obtenção da segurança alimentar e do fornecimento de matéria-prima durante os próximos cem anos", disse.

Além da parceria para a conquista dos mercados africanos, Pimentel também afirmou que a economia portuguesa tem muito a contribuir para o Brasil, ainda que esteja "combalida do ponto de vista financeiro", na partilha de conhecimentos técnicos.

Considerou que o Brasil ia beneficiar ao agregar esses conhecimentos a partir da cooperação com Portugal, já que o país precisa focar-se na inovação para conseguir desenvolver a indústria num contexto de concorrência com a China, que é "um personagem capaz de produzir qualquer mercadoria com um preço muito abaixo da média".

Pimentel também considerou que o comércio bilateral entre o Brasil e Portugal tem muito espaço para crescer.

"É muito tímida a nossa relação comercial. Ela tem que se expandir mais e pode expandir-se mais", disse o ministro brasileiro.

O responsável citou um levantamento recente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), que apontou que produtos brasileiros e portugueses podiam ser comercializados entre os dois países, mas não são.

"Fiquei espantado com a quantidade de produtos que podíamos estar a comercializar e não estamos. Temos um dever de casa pesado, aí", afirmou Pimentel.

As declarações do responsável brasileiro foram feitas durante um almoço com empresários organizado pela Câmara Portuguesa de Comércio no Brasil.

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