José Manuel Rocha - Público
A revista Der Spiegel revelou que Helmuth Kohl afirmou a um amigo que as políticas europeias de Merkel são "muito perigosas".
Angela Merkel perdeu a confiança do homem que a ajudou a crescer politicamente. Helmut Kohl, o antigo chanceler alemão que teve um papel preponderante na construção do actual edifício europeu, queixa-se de que as políticas europeias de Merkel são "muito perigosas".
"Ela [Angela Merkel] está a destruir a minha Europa", terá confidenciado Helmut Kohl a um amigo que o visitou recentemente, segundo a edição de ontem da revista alemã Der Spiegel. O antigo chanceler referia-se, defende a revista, à forma como a Alemanha tem lidado com a corrente crise da dívida soberana na zona euro e ao papel de Merkel no desenvolvimento do projecto europeu e da moeda única.
Não é a primeira vez que Kohl, que adoptou Angela Merkel como delfim política ainda na década de 1990, tem palavras duras em relação à chanceler e às políticas do seu Governo. Há dois meses, quando recebeu o prémio Henry Kissinger, Kohl afirmou que "a Alemanha sempre teve sucesso quando ajudou os outros. Temos que continuar o nosso caminho." Todos viram nestas palavras uma crítica à forma como o Governo alemão estava a lidar com o novo pedido de ajuda financeiro da Grécia - um dossier que ainda não foi decidido.
Continuando, aos 81 anos, um claro entusiasta do projecto europeu, Kohl defendeu que o futuro da Alemanha é "com os seus vizinhos", com os "parceiros na União Europeia".
As críticas do antigo chanceler constituem mais um disparo na forte barreira de fogo político a que Angela Merkel está, actualmente, sujeita. Há poucos dias, Volker Bouffier, destacado dirigente da CDU e chefe do governo do estado do Hesse, dizia que a chanceler corria o risco de estar a destruir a herança pró-europeia do seu partido. E, à revista Der Spiegel, afirmava: "A Europa é um projecto político. É demasiado importante para ser deixada à mercê das agências de rating."
O responsável pelos temas económicos no partido que a chanceler lidera (a CDU), Kurt Lauk, sustentava, na semana passada, que pior para um país exportador como a Alemanha era ter uma população rendida aos valores do eurocepticismo. "O Governo tem que passar à ofensiva, rapidamente."
Cimeira à vista
"Ela [Angela Merkel] está a destruir a minha Europa", terá confidenciado Helmut Kohl a um amigo que o visitou recentemente, segundo a edição de ontem da revista alemã Der Spiegel. O antigo chanceler referia-se, defende a revista, à forma como a Alemanha tem lidado com a corrente crise da dívida soberana na zona euro e ao papel de Merkel no desenvolvimento do projecto europeu e da moeda única.
Não é a primeira vez que Kohl, que adoptou Angela Merkel como delfim política ainda na década de 1990, tem palavras duras em relação à chanceler e às políticas do seu Governo. Há dois meses, quando recebeu o prémio Henry Kissinger, Kohl afirmou que "a Alemanha sempre teve sucesso quando ajudou os outros. Temos que continuar o nosso caminho." Todos viram nestas palavras uma crítica à forma como o Governo alemão estava a lidar com o novo pedido de ajuda financeiro da Grécia - um dossier que ainda não foi decidido.
Continuando, aos 81 anos, um claro entusiasta do projecto europeu, Kohl defendeu que o futuro da Alemanha é "com os seus vizinhos", com os "parceiros na União Europeia".
As críticas do antigo chanceler constituem mais um disparo na forte barreira de fogo político a que Angela Merkel está, actualmente, sujeita. Há poucos dias, Volker Bouffier, destacado dirigente da CDU e chefe do governo do estado do Hesse, dizia que a chanceler corria o risco de estar a destruir a herança pró-europeia do seu partido. E, à revista Der Spiegel, afirmava: "A Europa é um projecto político. É demasiado importante para ser deixada à mercê das agências de rating."
O responsável pelos temas económicos no partido que a chanceler lidera (a CDU), Kurt Lauk, sustentava, na semana passada, que pior para um país exportador como a Alemanha era ter uma população rendida aos valores do eurocepticismo. "O Governo tem que passar à ofensiva, rapidamente."
Cimeira à vista
O endurecimento e, particularmente, a dimensão das críticas à chanceler alemã advêm do facto de Angela Merkel estar a ser vista como o principal obstáculo à libertação de uma segunda ajuda financeira à Grécia. O impasse das últimas semanas fez disparar os juros da dívida pagos pelos países em crise e produziu efeitos de contágio a outros dois - a Espanha e a Itália. O primeiro-ministro Sílvio Berlusconi foi mesmo obrigado a acelerar o processo de aprovação de um orçamento de austeridade para evitar consequências mais graves.
Merkel frustrou a tentativa de convocação de uma cimeira europeia extraordinária para sexta-feira passada, mas depois acabou por aceitar que ela se realize na próxima quinta-feira. Para discutir o novo resgate da Grécia.
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