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Santana, São Tomé e Príncipe, 29 jul (Lusa) -- A forma discreta como está a decorrer a campanha de Evaristo Carvalho, candidato à segunda volta das presidenciais de 07 de agosto em São Tomé e Príncipe, é uma "opção estratégica", disse hoje à Lusa o candidato.
Evaristo Carvalho, que obteve 21,74 por cento dos votos na primeira volta, realizada a 17 deste mês, falava à Lusa em Santana, capital do distrito de Cantagalo, durante ações de campanha em várias localidades daquele distrito.
Ao contrário da campanha do seu adversário, Manuel Pinto da Costa, o mais votado na primeira volta com 35,58 por cento, Evaristo Carvalho tem primado pela discrição, no que diz respeito à presença da imprensa, nos contactos com o eleitorado.
A campanha para a segunda volta iniciou-se nesta quinta-feira e enquanto os serviços da candidatura de Pinto da Costa distribuíram um programa com as deslocações previstas aos vários distritos e localidades a visitar, do lado dos serviços de apoio a Evaristo Carvalho ora são os telefonemas que não obtêm resposta ora são dadas indicações como "a imprensa será informada da localização do candidato quando acharmos necessário".
A "jogar em casa", no seu distrito natal, Evaristo Carvalho percorreu hoje à tarde, em passeata e contacto direto, as populações de várias localidades de Cantagalo, numa campanha de "porta a porta, de casa em casa" que classificou como fazendo parte da "estratégia" definida para a segunda volta.
"É preciso fazer o trabalho de casa em casa, porta a porta para convencer os eleitores que não votaram na primeira volta", frisou.
Evaristo Carvalho manifestou-se ainda confiante da possibilidade de inverter a ordem da primeira volta, justificando a discrição da sua campanha com uma opção estratégica.
"A nossa estratégia é precisamente fazer mover essa gente que não votou para votarem agora massivamente, apoiando a minha candidatura", explicou.
Na primeira volta, a abstenção foi de 32,11 por cento.
Evaristo Carvalho recusa o argumento de que a abstenção se deveu ao facto dos candidatos não conseguirem fazer passar as suas mensagens junto do eleitorado, defendendo que a ausência das urnas se deveu ao fenómeno "banho", como é conhecida em São Tomé a entrega prévia ao eleitor de determinada verba em dinheiro em troca do voto.
"Eles querem conhecer pessoalmente os candidatos, por um lado, e por outro, querem algum apoio (financeiro) para os fazer sair de casa e ir votar. Infelizmente a nossa população já está habituada a isso", disse.
Quanto a Manuel Pinto da Costa, apenas hoje ao fim da tarde chegou a São Tomé, proveniente da ilha do Príncipe.
O atraso na chegada daquela ilha obrigou-o a anular o programa de contactos que estavam previstos em várias localidades periféricas da capital.
Estas eleições presidenciais são as terceiras desde que em 1991 foi eleito o primeiro Presidente da República do regime multipartidário.
O Presidente cessante, Fradique de Menezes (2001-2011), está impedido constitucionalmente de concorrer a um terceiro mandato de cinco anos.
*Foto em Lusa
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