sábado, 2 de julho de 2011

Galp lembra que países com petróleo como o Brasil também apostam nos biocombustíveis




MSO - LUSA

Díli, 01 jul (Lusa) -- O presidente executivo da Galp Energia, Manuel Ferreira de Oliveira, salientou hoje que países como o Brasil, que têm recursos petrolíferos, não descuram os biocombustíveis pelo impacto na criação de emprego.

Embora a Galp seja parceira em dois "grandes projetos de biocombustível", um no Brasil e outro em Moçambique, abordou o tema na conferência "Energia em Timor-Leste", que decorre em Díli, "para informar e não para influenciar", segundo as palavras do seu presidente.

"Os biocombustíveis são já uma realidade. Na União Europeia, por diretiva comunitária, em 2020 cerca de 10 por cento dos combustíveis de transporte terão de ser de origem vegetal", disse.

"São uma atividade de tecnologia relativamente simples, de fácil acesso e que gera muitos postos de trabalho, sendo suscetíveis de serem produzidos por famílias, embora sejam também necessárias empresas estruturadas", acrescentou o presidente da Galp.

Ferreira de Oliveira deu exemplos como o Brasil, que foi "o grande promotor de biocombustíveis, há quase 30 anos, sobretudo com o álcool e é hoje no mundo uma referência nos biocombustíveis e não porque não tenha também óleos minerais".

O Brasil "produz hoje dois milhões de barris por dia, está numa trajetória para chegar a cinco ou seis milhões de barris por dia, e nem por isso deixa de dedicar muita atenção à produção de biocombustíveis", acrescentou.

"Por razões económicas, mas também pela criação de postos de trabalho e de criar rendimento para as regiões mais desfavorecidas", observou.

Ferreira de Oliveira citou também Angola, "país que tem já uma lei aprovada pelo seu Governo para a produção de biocombustíveis, não obstante produzir também cerca de dois milhões de barris por dia", e Moçambique, que "tem grandes ambições para a produção de biocombustíveis".

A compatibilidade da produção de "plantas energéticas" com a satisfação das necessidades alimentares foi a principal questão levantada no período de debate, com intervenções a pôr em causa o real rendimento para o agricultor e a melhor utilização dos solos.

"Sabemos bem que é um tema sempre quente e o que sentimos hoje aqui é uma pequena amostra dessa discussão que existe noutros países", comentou Manuel Ferreira de Oliveira.

Segundo Sillas Oliva, da brasileira Petrobras, "a discussão da competição alimentar não faz parte da realidade brasileira, embora o possa ser em outros países" e para o Brasil o biocombustível é visto em função "do impacto junto das camadas mais pobres da população".

"Acreditamos que o mais importante é a geração de renda, beneficiando povoações que não têm alternativa alimentar, porque estão longe do consumo e em zonas secas", descreveu.

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