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OS dois principais partidos da oposição na Guiné-Bissau, o PRS e o PRID, voltaram a exortar o Presidente guineense, Malam Bacai Sanha, para que demita o Primeiro-Ministro (PM), Carlos Gomes Júnior, uma posição rejeitada por outras forças também da oposição parlamentar.
O presidente da Guiné-Bissau recebeu ontem os cinco partidos com assento no Parlamento do país, dois reafirmaram a sua intenção de ver o primeiro-ministro exonerado, enquanto o partido no poder e outras duas forças da oposição (o PND e a AD) defendem a manutenção de Carlos Gomes Júnior.
Em declarações aos jornalistas à saída de audiências separadas com o chefe do Estado guineense, o Partido da Renovação Social (PRS) e o Partido Republicano da Independência e Desenvolvimento (PRID) disseram que pediram a Malam Bacai Sanhá que demita Carlos Gomes Júnior. “Por uma questão de higiene política, o Presidente deve demitir o primeiro-ministro”, afirmou Abdu Mané, do PRID, uma posição idêntica à assumida por Sori Djaló, presidente interino do PRS, do ex-presidente guineense, Kumba Yalá, citado pela agência Lusa. Segundo esta fonte Sori Djaló disse que os partidos da oposição disseram a Bacai Sanhá que não vão parar com as manifestações de rua até que o primeiro-ministro seja demitido ou parta por sua iniciativa. “Ele tem de explicar os crimes pelos quais é acusado”, frisou Sori Djaló. Para o PRS e um grupo de partidos da oposição sem representação parlamentar o primeiro-ministro deve ser demitido para responder por crimes de sangue de que é alegadamente acusado de envolvimento.
Segundo os dois dirigentes políticos, o Presidente da República “compreendeu que as manifestações da oposição são um direito em democracia”, pelo que Bacai Sanhá não lhes pediu que parassem com as marchas.
Embora sendo partidos da oposição, a Aliança Democrática (AD) e o Partido Nova Democracia (PND) não concordam com as exigências do resto da oposição. Vítor Mandinga, presidente da AD e Abas Djalo, do PND, defendem que a luta política deve ser no Parlamento e que o país não precisa de mais instabilidade.
Esta é também a posição defendida pela vice-presidente do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC, no poder), Adiatu Nandigna.
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