O PAÍS (Moçambique)
O líder da Renamo, Afonso Dhlakama, depois de longos meses de um sepulcral silêncio, reapareceu “altamente armado”, pelo menos em palavras. Depois de na semana passada ter feito um discurso dominado por um inventário de armamento que o seu partido possui, assim como as técnicas de militares para pegar os seus opositores, que os caracterizou de “magrinhos”, Dhlakama foi à Zambézia orientar um comício no qual falou de um “governo de transição”.
Os planos de Afonso Dhlakama têm datas e propósitos. De acordo com o líder da “perdiz”, está a trabalhar aficadamente para, até Dezembro próximo, criar uma revolução popular, com missão de depor o governo da Frelimo.
O líder, que havia tirado umas férias em Nampula, volta desta forma com o mesmo discurso belicista com o qual foi descansar. Contudo, desta vez reaparece com cenários novos. A posição de “um homem de paz”, que sempre procura demonstrar entre a exibição verbal que possui armas, está a ser ofuscada por esse desesperado desejo do poder.
Agora Dhlakama não está mais à espera das eleições. As suas capacidades metamorfósicas, que o já tornaram em Obama, o fazem olhar para África do Norte e não quer mais esperar pelas eleições.
Para ele, o jogo deve acabar agora e a Frelimo deve abandonar o poder e criar-se um governo – de certeza liderado por ele – para dirigir o país por dois anos. A mensagem está assim passada: Dhlakama não quer mais esperar pelas eleições, não quer mais – como o desejou um dia – ser como Lula da Silva, que se candidatou várias vezes até realizar o sonho de ser Presidente. Quer poder já! Se não for pela força das eleições, que seja pela força da bazuca.
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