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Díli, 13 jul (Lusa) -- A reunião dos Parceiros de Desenvolvimento de Timor-Leste encerrou hoje em Díli com o anúncio de um financiamento de 200 milhões de dólares do Banco Mundial e o compromisso dos "doadores" alinharem as prioridades com o plano do Governo.
O encontro, que anualmente reúne diplomatas, políticos e organizações não governamentais que cooperam com Timor-Leste, foi o palco escolhido pelo primeiro-ministro, Xanana Gusmão, para lançar o Plano Estratégico de Desenvolvimento (PED), estruturado em três grandes áreas: a valorização dos recursos humanos, a construção de infraestruturas e o desenvolvimento económico.
É com as orientações desse plano, que traça metas a cinco, 10 e 20 anos para desenvolver o país, que os parceiros de desenvolvimento aceitaram alinhar as suas prioridades, no que foi definido pela ministra das Finanças, Emília Pires, como "o pacto de Díli".
"Estes dois dias de debate e a forma como foi acolhido este plano, levam-me a concluir, com sentido de responsabilidade, que não serão defraudadas as expetativas criadas e estão reunidas as condições para viabilizar com sucesso uma nova estratégia para o desenvolvimento da Nação", disse Xanana Gusmão, no discurso de encerramento.
Uma motivação mais e "um prenúncio" foi o acordo hoje assinado entre o Governo de Timor-Leste e a Associação Internacional de Desenvolvimento, para um financiamento de 200 milhões de dólares (141 milhões de euros).
Os empréstimos da Associação Internacional para o Desenvolvimento, do Grupo do Banco Mundial, são concedidos aos países pobres sem juros, para combater a pobreza e alcançar elevado crescimento económico, de forma sustentável.
Agradecendo "os contributos marcadamente positivos com que foi acolhido o Plano, e a disponibilidade da comunidade internacional para ajudar e contribuir para a sua aplicação, o primeiro-ministro disse partir para a sua execução "com confiança", mas ciente de que os desafios "são imensos".
Desde logo, admitiu que "sem recursos humanos capazes a execução do PED pode ficar seriamente comprometida", pelo que a formação será prioritária.
"Estamos conscientes de que ainda há necessidade de produzir uma série de legislação e agilizar uma série de procedimentos administrativos que enquadrem as várias componentes deste plano", disse.
O sucesso do plano, segundo Xanana Gusmão, vai igualmente exigir "a devida coordenação entre os vários órgãos de soberania, departamentos ministeriais e comunidade internacional".
O chefe do Governo salientou a necessidade de "uma parceria mais responsável e dinâmica, com maior responsabilização timorense, mas também adequação e transparência dos mecanismos de assistência e cooperação instituídos, passando gradualmente de uma fase de assistência ao desenvolvimento para uma fase de investimento no desenvolvimento".
Xanana Gusmão defendeu que as parcerias "devem ser orientadas para a expansão do setor privado, a criação de emprego e o investimento em áreas chave que permitam o desenvolvimento sustentável do país".
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