sábado, 2 de julho de 2011

São Tomé e Príncipe: Campanha para eleger terceiro PR começa com nove candidatos




EL - LUSA

Lisboa, 02 jul (Lusa) -- A campanha eleitoral para as presidenciais em São Tomé e Príncipe, as terceiras desde que em 1991 foi eleito o primeiro Presidente da República do regime multipartidário, começou hoje.

As eleições realizam-se no próximo dia 17 e são nove os candidatos, à sucessão de Fradique de Menezes, que se apresentam aos 92.638 eleitores inscritos.

Depois de numa primeira fase terem surgido 14 candidaturas, o maior número de sempre, e que tornaram São Tomé e Príncipe no país com o maior número de candidatos presidenciais "per capita", o Tribunal Constitucional rejeitou quatro e um quinto optou por desistir do escrutínio.

Entre os nove candidatos agora na corrida, sobressai o nome de Manuel Pinto da Costa, primeiro presidente dos 36 anos de história do país - que se completam cinco dias antes do escrutínio -, e que foi o artífice da instauração do regime multipartidário.

Primeiro líder do Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe (MLSTP), formação que dirigiu os destinos do Estado em regime de partido único, e a que a abertura democrática trouxe o sufixo PSD (MLSTP-Partido Social Democrata), Pinto da Costa apresenta-se como suprapartidário.

Mais três candidatos são igualmente originários do MLSTP-PSD: a ex-primeira-ministra e vice-presidente do parlamento, Maria das Neves, a ex-ministra da Justiça e da Defesa, Elsa Pinto, e o atual líder do partido, Aurélio Martins.

Outro candidato é o antigo primeiro-ministro, em duas ocasiões, e atual presidente do parlamento Evaristo Carvalho, que recebeu o apoio do atual partido maioritário, a Acção Democrática Independente (ADI).

Entre os demais candidatos figura o jurista Filinto da Costa Alegre, os economistas Jorge Coelho, Manuel de Deus Lima e Hélder Barros, este antigo ministro da Coordenação Económica no governo liderado por Evaristo Carvalho.

Apesar das limitações constitucionais, que conferem ao Presidente da República espaço de manobra alargado somente nas áreas da Defesa e Relações Externas, é de prever que o combate à pobreza, setor em que o país apresenta índices de 54 por cento entre os cerca de 180 mil habitantes, a instabilidade política e o petróleo sejam os temas mais debatidos durante as duas semanas de campanha eleitoral.

Quanto à instabilidade política, os factos falam por si: 10 primeiros-ministros nos últimos 10 anos.

Sobre o petróleo, as previsões e estudos já efetuados apontam para que a Zona Económica Exclusiva do país integre umas das mais importantes jazidas do continente africano.

Além da sua ZEE, São Tomé e Príncipe mantém uma zona de desenvolvimento conjunta com o poderoso vizinho que é a Nigéria.

A este respeito, o primeiro-ministro são-tomense Patrice Trovoada - no cargo há menos de um ano -, disse há cerca de uma semana à Lusa que em 2015, com o início da produção petrolífera naquela zona, a perceção sobre o petróleo em São Tomé e Príncipe "vai mudar".

Como salienta o Banco Africano de Desenvolvimento no relatório sobre as Perspetivas Económicas do país, divulgado em maio passado, "até que as receitas do petróleo se concretizem, e se tal vier a acontecer, o governo continuará dependente do financiamento externo".

Mais à frente, o BAD contempla os restantes previsíveis temas da campanha: "A curto prazo, as perspetivas económicas dependerão da estabilidade do novo governo e do sucesso das eleições presidenciais".

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