Carla Lima, da Agência Lusa
Cidade da Praia, 30 jul (Lusa) - Joaquim Jaime Monteiro auto-intitula-se "candidato do Povo" e afirma que, se vencer as eleições presidenciais de 07 de agosto em Cabo Verde , quem irá presidir serão "as pessoas".
Numa entrevista à Agência Lusa, o candidato independente, professor reformado, 70 anos, apresenta-se pela primeira vez ao eleitorado cabo-verdiano, embora afirme que "desde 1996" está a preparar esta candidatura.
O lema da sua campanha eleitoral é "Projetar Cabo Verde, Melhorar Cabo Verde e Mudar Cabo Verde", porque entende que existem aspetos no país que precisam de mudança, a começar pela resolução do problema de distribuição deficiente de água e energia, a insegurança e o desemprego.
"Os casos da Electra e da insegurança. É preciso mudar. São tarefas do Governo mas o próximo Presidente terá de ver que estes problemas já ultrapassaram os parâmetros da própria governação. Agora, cabe ao povo equacionar esse problema e, automaticamente, será ele, o próprio Presidente, a equacionar", sustenta.
A emigração cabo-verdiana é também uma das suas prioridades, tanto que entende que não existe uma diáspora, mas sim cabo-verdianos que residem na "zona demográfica externa". Para esses, diz o candidato, é preciso uma atenção especial para que se sintam, "a todos os níveis, parte de Cabo Verde".
"O Presidente da República deve estar permanentemente perto da zona demográfica externa. O chefe de Estado cabo-verdiano deve dialogar com os seus homólogos para que os seus problemas sejam equacionados", salienta.
Em relação às outras três candidaturas, Joaquim Monteiro afirma que a sua é "a única que é do povo cabo-verdiano", porque "é do povo, com o povo e para o povo" e acusa as restantes de ligação partidárias.
"Se vencer as eleições, e sendo um projeto do povo, teremos uma presidência porta a porta, como estamos a fazer agora", explica.
O candidato reconhece, porém, que tem escassos recursos para a campanha, mas garante que está a fazer uma "à medida do povo de Cabo Verde".
"Tenho feito campanha com meios próprios. Não consegui ainda financiamento dos bancos e vou usando os meus recursos", diz.
Joaquim Monteiro afirma que é necessário estabilidade para a governação do país, mas destaca que o Presidente, sendo o mais alto magistrado da Nação, deve ser interventivo, no sentido de estar atento aos problemas do país e procurar soluções.
"A estrutura cabo-verdiana é piramidal e o chefe de Estado cabo-verdiano posiciona-se no seu vértice. Acredito que o chefe de Estado terá de ser interventivo e de estar atento a todos os problemas dos cabo-verdianos", conclui.
Os restantes candidatos são Manuel Inocêncio Sousa, apoiado pelo Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, no poder), Aristides Lima, independente, mas apoiado tacitamente pela ala do PAICV liga ao Presidente cessantes, Pedro Pires, e Jorge Carlos Fonseca, apoiado pelo Movimento para a Democracia (MpD, oposição).
*Foto em Lusa
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