MMT - LUSA
Maputo, 05 jul (Lusa) -- A mineira brasileira Vale deverá apresentar, em 2012, ao governo moçambicano, um estudo de viabilidade para a exploração de uma mina de fosfato em Nampula, que deverá ter a mesma dimensão que a de carvão de Moatize.
O diretor nacional de Minas de Moçambique, Eduardo Alexandre, disse hoje aos jornalistas que, no próximo ano, a empresa brasileira Vale vai apresentar o estudo de viabilidade da mina, mas considerou que o projeto "é bastante interessante".
"Nós temos um projeto de fosfato bastante interessante em Nampula, que vai ser implementado pela empresa Vale, cujo produto final será a produção de fertilizantes. Em termos de dimensão vai ser um projeto tão grande como o de carvão em Tete", explorado pela multinacional brasileira, disse Eduardo Alexandre, à margem da conferência sobre o carvão, que arrancou hoje em Maputo.
Fosfato é um dos três nutrientes primários das plantas e é um componente dos fertilizantes para a agricultura.
O fosfato é extraído de depósitos de rocha sedimentária e tratado quimicamente para aumentar a sua concentração e torná-lo mais solúvel, o que facilita a sua absorção pelas plantas.
Recentemente, a companhia brasileira anunciou que quer produzir este ano um milhão e meio de toneladas de carvão na sua mina em Moatize, previsão que aumenta em 75 por cento as anteriores projeções.
Anteriormente, a empresa que explora uma das principais jazidas na província de Tete, onde se julga estarem as maiores reservas de carvão do mundo, tinha previsto produzir 850 mil toneladas em 2011.
Segundo o diretor nacional de Minas de Moçambique, a empresa brasileira deverá igualmente apresentar, em 2013, um novo projeto de exploração de carvão na bacia de Maniamba, em Niassa, norte do país, que cobre uma área de quatro mil quilómetros quadrados.
"Na bacia de Maniamba, ainda não temos informação sobre reservas existentes", mas "temos agora sete empresas que estão a fazer a prospeção e pesquisa, duas delas são a Vale e a Rivarsdale", disse Eduardo Alexandre.
"Os relatórios muito preliminares" entregues ao executivo moçambicano pelas empresas "apontam para a existência de carvão térmico para grandes quantidades", referiu Eduardo Alexandre, assinalando que "na bacia de Maniamba há um grande potencial como na de Moatize".
"Mas, como disse, ainda não temos números de reservas totais. Esta informação vai aparecer, penso, nos próximos dois anos", adiantou.
Sem comentários:
Enviar um comentário