O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, apareceu esta quinta-feira, de surpresa, na Praça Bolívar de Caracas, onde disse estar "a enfrentar uma das maiores batalhas" da sua vida, numa alusão à sua doença.
"Quis vir acompanhá-los fisicamente, porque nestes dias tenho-vos acompanhado espiritualmente, pelas razões que todos conhecem, enfrentando a batalha mais dura da minha vida, que também a vamos vencer", disse Hugo Chávez.
A presença de Hugo Chávez ocorreu a pretexto da celebração dos 200 anos da aprovação da primeira bandeira da Venezuela, a 14 de Julho de 1811, tendo ele próprio içado as oito bandeiras que o país teve, incluindo a actual, que durante o seu mandato passou de sete para oito estrelas brancas, distribuídas sobre o fundo tricolor tradicional amarelo, azul e vermelho.
"Com a nossa bandeira, o nosso líder cavalo (do escudo), com a nossa juventude (...) a garantia mais profunda da revolução eterna", disse Hugo Chávez.
Por outro lado, sublinhou que "as revoluções verdadeiras, ainda quando estão enterradas, nunca morrem e que a revolução bolivariana brotou de novo da terra como um vulcão e aqui está hoje mais viva que nunca (...) a revolução eterna, a revolução perpétua, mais nunca se irá a revolução socialista", enfatizou.
Explicou que as revoluções "fazem-se para libertar os oprimidos e dar vida a todos" e que está "a sofrer os rigores de uma emboscada da vida, imerso numa profunda reflexão", jurando que "continuará a fazer tudo o que tiver que fazer para vencer de novo esta difícil batalha" pela sua saúde.
O presidente venezuelano foi operado de emergência em Cuba em 10 de Junho a um abcesso pélvico e em 01 de Julho enviou uma mensagem ao país a revelar que também tinha sido submetido a uma segunda operação, em 20 de Junho, durante a qual lhe foi extraído um tumor com células cancerígenas, tendo regressado a Caracas em 04 de Julho.
Na quarta-feira disse que ia iniciar uma nova etapa de tratamento do cancro que lhe foi diagnosticado, revelando que poderá ter que recorrer à radioterapia e quimioterapia.
Segundo fontes não oficiais, Chávez poderá iniciar sessões de quimioterapia no início de Agosto no Hospital Militar Carlos Arvelo, onde ficará ao cuidado de uma equipa de médicos liderada por um familiar de um dos seus ministros.
A doença do chefe de Estado tem sido motivo de especulação na Venezuela, com alguns cidadãos a questionar a veracidade da mesma e a falar de uma estratégia eleitoral orientada para as eleições presidenciais de finais de 2012 e outros a rezar e a promover missas pela sua recuperação.
Sem comentários:
Enviar um comentário