sábado, 13 de agosto de 2011

Cabo Verde – Presidenciais: Aristides Lima dá liberdade de voto aos seus apoiantes




CLI – JSD - LUSA

Cidade da Praia, 13 ago (Lusa) -- O candidato independente às eleições presidenciais cabo-verdianas Aristides Lima, derrotado na primeira volta, afirmou que não vai dar indicação de voto aos seus apoiantes por não ser "dono do voto de ninguém".

Recebido sexta-feira à noite na Biblioteca Nacional, na Cidade da Praia, que esteve completamente cheia de apoiantes, Lima explicou que a sua candidatura é da "cidadania" e que isso é necessário respeitar.

"Não temos competência para determinar indicações de voto porque não somos donos do voto de ninguém. Esta candidatura é da cidadania e há que respeitar a cidadania", disse, num contexto em que os seus votos serão decisivos quer para Jorge Carlos Fonseca, vencedor da primeira volta, quer para Manuel Inocêncio Sousa.

Fonseca, apoiado pelo Movimento para a Democracia (MpD, oposição), e Inocêncio, pelo Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, no poder), disputam a 21 deste mês a segunda volta das presidenciais, estando as respetivas campanhas a tentar captar os votos de Lima.

Em relação à votação de há uma semana, Aristides Lima considerou que os resultados conseguidos na primeira volta - ficou em terceiro lugar, com 44.500 votos (27,4 por cento) - são "históricos" para uma candidatura independente, não muito longe de Fonseca, 37,3 por cento, e de Inocêncio, 32 por cento.

"Agora é tempo de olhar para a frente e de trabalhar, todos juntos, pelo bem do nosso país, com serenidade e procurando dar uma contribuição natural para o aprofundamento da nossa democracia" disse.

Entretanto, o ex-presidente do parlamento cabo-verdiano (2001/11) defendeu que a Democracia, para ser exercida em pleno, implicará mais gente a votar e por isso é necessário refletir sobre a natureza do voto, aludindo à tradicionalmente alta abstenção em presidenciais que, na primeira volta ultrapassou os 46 por cento.

"Temos de refletir sobre se deve ficar só como um dever cívico, ou se deve ser um dever jurídico. Porque há países no mundo que têm este dever jurídico e que têm percentagens de participação, em atos eleitorais, à volta de 92 por cento, como acontece na Austrália", afiançou.

Dentro do auditório da Biblioteca Nacional, vários apoiantes quiseram deixar o seu testemunho e, entre declarações de apoio, acusações de compra de votos e agradecimentos "pela coragem de liderar o processo", os apoiantes de Lima garantiram que, caso decida concorrer novamente em 2016, continuarão a apoiá-lo.

*Foto em Lusa

1 comentário:

Anónimo disse...

Outro chulo bandido de uma terra bem tramada como o Portugal.

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