Manuel Inocêncio Sousa disse esta terça-feira que vai falar, em breve, com Aristides Lima e Joaquim Monteiro para lhes solicitar o apoio para a segunda volta das eleições presidenciais em Cabo Verde, a realizar a 21 deste mês.
Numa conferência de imprensa, convocada para o fim da tarde na Cidade da Praia, o candidato apoiado pelo Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, no poder) indicou que a ideia é unir a "família" do partido e, ao mesmo tempo, aumentar, a taxa de participação do eleitorado.
"Vou falar com todos os eleitores e, como é natural, com Aristides Lima e Joaquim Monteiro (candidatos que ficaram pelo caminho na primeira volta, realizada domingo) para lhes solicitar o apoio", afirmou Inocêncio, cujas palavras são iguais às proferidas, na manhã de terça-feira, pelo seu adversário, Jorge Carlos Fonseca.
Segundo os resultados provisórios da votação de domingo, Fonseca, apoiado pelo maior partido da oposição, Movimento para a Democracia (MpD), é o vencedor oficioso da primeira volta, seguido por Inocêncio, que deixaram Lima, sustentado por uma franja importante do PAICV, e Monteiro, independente, fora da corrida.
Se se tiver em conta a lógica matemática da votação de domingo, resgatando-se os votos de Lima, quer Inocêncio quer Fonseca chegarão aos 60 por cento.
Segunda-feira, na altura em que assumiu a derrota eleitoral, Lima, ex-presidente do Parlamento e antigo secretário-geral do PAICV, não deu qualquer indicação de voto aos seus apoiantes, uma vez que, quando questionado sobre o assunto, nada respondeu.
Esta terça-feira, Inocêncio apelou novamente à participação do eleitorado na segunda volta (a taxa de abstenção do eleitorado está, quando faltam contar apenas 22 mesas - todas elas de África -, nos 46,9 por cento), salientando a importância da votação para a escolha do sucessor de Pedro Pires.
Questionado sobre as críticas das missões de observação eleitoral da União Africana (UA) e da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que deram conta de "manipulações de consciências", "compra de voto" e de "pressões sobre eleitores", Inocêncio perguntou se foram apresentadas provas.
"Pergunto-vos: os observadores apresentaram provas ou limitaram-se a ouvir o discurso dos que perdem? A questão é muito séria e não pode ser levantada com leviandade. Se tiverem provas, que as apresentem na Justiça", argumentou.
Prometendo uma campanha "com elevação, civismo e responsabilidade" na segunda volta, que começa às 00:00 de quinta-feira, prolongando-se até às 24:00 de dia 19, Inocêncio reivindicou que a "dinâmica" da sua candidatura vai levá-lo à Presidência cabo-verdiana.
Questionado pela Lusa sobre a demissão de Felisberto Vieira do Governo, Inocêncio afirmou que não fará quaisquer comentários fora do cenário das presidenciais.
Felisberto Vieira, ministro do Desenvolvimento Social e Família até segunda-feira, dia em que apresentou a demissão, é presidente da Comissão Regional de Santiago Sul do PAICV e foi um dos vários dirigentes do antigo partido único que deu a cara por Lima na primeira volta das presidenciais.
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Fonte: Agência Lusa/Expresso das Ilhas
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