Hamilton Octavio de Souza, de SãoPaulo – Correio do Brasil
Perspectivas
Oito entre dez economistas sérios acreditam agora que os Estados Unidos devem entrar em recessão no prazo de um ano. Uma boa pista disso saiu no estudo da agência Bloomberg, na última semana, segundo o qual os 50 maiores bancos do mundo – inclusive os estadunidenses – planejam demitir 110 mil trabalhadores até o final deste ano. Aqui no Brasil o discurso dominante é de que o País será pouco afetado pela crise do capitalismo.
Lucro máximo
Com crise ou sem crise, os bancos privados que operam no Brasil continuam a obter lucros muito acima de quaisquer outras atividades econômicas. O atual modelo favorece acintosamente o capital financeiro. No primeiro semestre deste ano, até o Banco do Brasil, que é estatal e deveria servir de referência para uma sociedade mais equilibrada, teve aumento de lucro de 23% em relação ao mesmo período do ano passado. Novo recorde!
Assalto legal
O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) tem denunciado, há anos, os abusivos preços da energia elétrica no Brasil, que está entre os mais caros do mundo. Agora a poderosa Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) resolveu botar a boca no trombone e lançar a campanha “Energia a preço justo”. Quem sabe o governo e a Aneel decidem defender a sociedade contra o assalto praticado pelas concessionárias de energia!
Incomodados
Os poderosos, no Brasil, duradouros ou eventuais, reproduzem sempre a mesma postura diante da ação policial: quando as polícias militares torturam e matam os pobres, aos montes pelo país afora, não esboçam a menor reação; mas quando a polícia federal algema algum meliante dos quadros da estrutura dominante, reclamam do abuso e ameaçam com a apuração da responsabilidade. O tratamento discriminador é muito acintoso!
Luta Federal
Acontece dia 24 de agosto, em Brasília, o ato unificado dos servidores federais em defesa de reajustes de salários e contra projetos de lei – em tramitação no Congresso Nacional – que retiram direitos e conquistas das diversas categorias profissionais. A pauta de reivindicações de sindicatos e federações foi entregue ao Ministério do Planejamento, em abril, mas até agora o governo não deu nenhuma resposta. O ato vai agitar a Esplanada dos Ministérios!
Desmatamento
De acordo com o Centro de Monitoramento de Agrocombustíveis da ONG Repórter Brasil, “o diretor de Proteção Ambiental do Ibama, Luciano Evaristo, esclareceu que doze das treze frentes de desmatamento fiscalizadas pelo órgão no Mato Grosso, no primeiro semestre de 2011, seriam destinadas à produção de grãos, e apenas uma à pecuária”. Ou seja, os reis da soja continuam desmatando a todo vapor!
Impunidade
No dia 12 de agosto completou 28 anos o brutal assassinato de Margarida Maria Alves, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande, na Paraíba, praticado por um pistoleiro a mando dos usineiros da região. Dos cinco acusados pelo crime, dois foram julgados e absolvidos, um já faleceu, e dois continuam foragidos até hoje. Ninguém foi punido. Afinal, o que mudou no Brasil?
Exemplo chileno
Iniciadas e lideradas pelos estudantes, as manifestações de protesto no Chile questionam principalmente o processo de privatização da Educação, que seguiu a cartilha neoliberal e é muito parecido com o que aconteceu no Brasil. Lá, os estudantes do ensino médio ocuparam 700 colégios no país, sendo 200 em Santiago. A reivindicação número um: investimento na Educação e ensino público e gratuito para todos. As marchas continuam!
Repressão Inglesa
O escritor Tariq Ali, em artigo veiculado pelo site esquerda.net, afirma que o governo inglês quer que os juízes punam severamente os jovens que participaram dos protestos em Londres e outras cidades britânicas, recentemente. Mas, diz ele, “nunca questionaram seriamente o fato de não haver acusações às mais de mil mortes de cidadão sob a custódia policial, desde 1990”. Os pobres da Inglaterra também perderam a paciência!
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