Bissau - O Presidente da Guiné-Bissau, Malam Bacai Sanhá, rejeitou hoje (terça-feira) a existência de crise política no país que "ponha em causa o normal funcionamento das instituições" da República, mas apelou às forças políticas a prosseguirem na via do diálogo e da ponderação.
A posição de Bacai Sanhá foi transmitida ao país pelo seu porta-voz, Agnelo Regalla, numa declaração lida na Presidência da República.
"Após longo processo de auscultações, o Presidente da Republica constatou haver discordâncias, aliás normais em democracia entre os partidos da oposição e no poder (...), tendo no entanto, concluído que não existem elementos bastantes que indiciem grave crise política e social, que ponha em causa o normal funcionamento das instituições da Republica", diz o comunicado lido por Agnelo Regalla.
Bacai Sanhá lembrou que a sua posição se baseou nas consultas com os partidos, Governo, organizações da sociedade civil e parceiros do desenvolvimento do país representados pelo corpo diplomático acreditado em Bissau.
Contudo, o chefe de Estado apelou às forças políticas do país "ao diálogo permanente, à ponderação e moderação nos seus actos, para que seja preservado o ainda frágil clima de estabilidade política e paz social que o país vive".
"O Presidente da República reafirma a sua determinação no combate à impunidade, à corrupção e na garantia da realização da justiça, no quadro das competências que lhe confere a constituição da República, mas sempre no respeito do consagrado princípio de separação de poderes", diz ainda o comunicado de Malam Bacai Sanhá.
O Presidente lembrou que, "a necessidade de conferir maior celeridade aos processos de investigação" dos assassínios de dirigentes políticos ocorridos em 2009, cavalo de batalha da oposição, "levaram à nomeação de um novo Procurador-Geral da Republica".
Malam Bacai Sanhá pediu ainda ao povo da Guiné-Bissau que se una e que respeite os valores da tolerância e da solidariedade.
O Presidente salientou também ser um direito constitucional que assiste aos partidos quando estes se manifestam contra situações que não lhes agradarem.
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