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Jerusalém, 13 ago (Lusa) - Os líderes do movimento de contestação social que tem agitado Israel desde meados de julho, convocaram para hoje manifestações em 12 cidades israelitas, com o objetivo de alargar a onda de protesto a outras regiões daquele país.
"Queremos reforçar o movimento na periferia, onde aqueles que saem à rua ainda são poucos, é por isso que pedimos às pessoas para saírem de Telavive e Jerusalém e participarem nas manifestações nestas 12 cidades", afirmou Stav Shafir, uma das líderes do movimento de contestação, em declarações à agência noticiosa francesa AFP.
"A principal concentração será realizada em Beersheba, no sul, mas também estão previstas manifestações em Haifa [a terceira cidade de Israel], Netanya, Afoula, Beit Shean, Eilat e Dimona", referiu a mesma representante.
"Nestas cidades, as pessoas têm condições de vida ainda mais difíceis do que no centro, na região de Telavive, e por isso é essencial manifestar a solidariedade do movimento com a população destas localidades", sublinhou Stav Shafir.
Ainda em declarações à AFP, a representante rejeitou a abertura, neste momento, de negociações com o Governo israelita.
"Durante um mês, Benjamin Netanyahu [primeiro-ministro israelita] tentou humilhar-nos, dividir e ganhar tempo, não fez absolutamente nada", criticou a ativista.
"É ao Governo que compete tomar medidas concretas para provar a sua boa vontade", sublinhou ainda Stav Shafir.
Segundo uma sondagem publicada na terça-feira, a popularidade do movimento de contestação continua em alta, ao ser apoiado por 88 por cento dos israelitas. Deste conjunto, perto de 53 por cento admitiu participar nas manifestações.
No sábado passado, mais de 300 mil pessoas desfilaram nas ruas de Telavive, bem como em outras cidades, para reclamar "justiça social" e um "Estado de providência".
Netanyahu já assumiu o compromisso de refletir sobre a sua abordagem ultra-liberal da economia. O chefe do Governo israelita criou, entretanto, uma comissão que irá delinear um conjunto de reformas, em colaboração com os parceiros sociais. As recomendações serão apresentadas ao Executivo dentro de um mês.
*Foto em Lusa
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