PRENSA LATINA
Madri, 28 ago (Prensa Latina) A Espanha será palco hoje de vários protestos em rejeição à decisão do governo de introduzir na Constituição o limite de déficit e a favor de que essa iniciativa seja submetida a um referendo vinculante.
Madri, Barcelona, Zaragoza, Bilbao, San Sebastián, Vitoria, Valência, Múrcia, Logroño, Cáceres, Málaga e Jerez serão algumas das cidades que se somarão à convocação de movimentos políticos e sociais contra a projetada reforma constitucional.
Sob as frases de Madri manifesta-se, "eu quero votar" e "Novo golpe de Estado financeiro", a mobilização nesta capital iniciará em Atocha e terminará na central Porta do Sol, símbolo do Movimento 15-M, os Indignados.
O mal-estar popular tomará as ruas depois que o dirigente Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) e o conservador Partido Popular (PP) acordaram na sexta-feira passada incorporar à Constituição um teto de despesa para as administrações públicas.
Entre os convocadores do protesto figuram Democracia Real Já e Juventude Sem Futuro, plataformas que junto ao 15-M nasceram nas redes sociais da Internet para expressar sua insatisfação pela situação política, econômica e social deste país europeu.
Após as últimas mobilizações isto é uma provocação, declarou ao jornal madrilenho Ramón Espinar, membro da Juventude Sem Futuro, em alusão às gigantescas manifestações de maio passado em meia centena de cidades espanholas.
O 15-M caracteriza-se por recusar o sistema capitalista e pedir democracia participativa, recordou Espinar, para quem a proposta do PSOE-PP de modificar a Carta Magna para incluir um teto da despesa pública significa "constitucionalizar" o neoliberalismo.
As citadas organizações porão em evidência a insatisfação de uma parte da sociedade com as recentes medidas econômicas acordadas pelo Governo de José Luis Rodríguez Zapatero e pela direita, encarnada pelo PP, reza a convocação.
Consagrar o neoliberalismo na Constituição e fazê-lo sem consultar os espanhóis põe de manifesto que o bipartidismo está a serviço dos mercados; isso mais é um passo contra as maiorias sociais, denunciou Espinar.
O PSOE e o PP selaram um acordo para anexar à Constituição um princípio genérico de estabilidade orçamental, o qual impede às administrações públicas incorrer em um déficit estrutural que supere as margens exigidas pela União Europeia.
Um dos temas mais controversos e criticados da reforma, fixar um teto de despesa, ficou excluído da iniciativa e figurará ao final em uma lei orgânica, norma menos rígida e mais fácil de mudar, a ser aprovada antes de junho de 2012.
A coalizão Esquerda Unida acusou os socialistas e populares de decidir substituir uma Constituição social por outra conservadora, que vem imposta pelos mercados e pelas instituições financeiras que não respondem às necessidades dos cidadãos.
pgh/edu/es
Madri, Barcelona, Zaragoza, Bilbao, San Sebastián, Vitoria, Valência, Múrcia, Logroño, Cáceres, Málaga e Jerez serão algumas das cidades que se somarão à convocação de movimentos políticos e sociais contra a projetada reforma constitucional.
Sob as frases de Madri manifesta-se, "eu quero votar" e "Novo golpe de Estado financeiro", a mobilização nesta capital iniciará em Atocha e terminará na central Porta do Sol, símbolo do Movimento 15-M, os Indignados.
O mal-estar popular tomará as ruas depois que o dirigente Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) e o conservador Partido Popular (PP) acordaram na sexta-feira passada incorporar à Constituição um teto de despesa para as administrações públicas.
Entre os convocadores do protesto figuram Democracia Real Já e Juventude Sem Futuro, plataformas que junto ao 15-M nasceram nas redes sociais da Internet para expressar sua insatisfação pela situação política, econômica e social deste país europeu.
Após as últimas mobilizações isto é uma provocação, declarou ao jornal madrilenho Ramón Espinar, membro da Juventude Sem Futuro, em alusão às gigantescas manifestações de maio passado em meia centena de cidades espanholas.
O 15-M caracteriza-se por recusar o sistema capitalista e pedir democracia participativa, recordou Espinar, para quem a proposta do PSOE-PP de modificar a Carta Magna para incluir um teto da despesa pública significa "constitucionalizar" o neoliberalismo.
As citadas organizações porão em evidência a insatisfação de uma parte da sociedade com as recentes medidas econômicas acordadas pelo Governo de José Luis Rodríguez Zapatero e pela direita, encarnada pelo PP, reza a convocação.
Consagrar o neoliberalismo na Constituição e fazê-lo sem consultar os espanhóis põe de manifesto que o bipartidismo está a serviço dos mercados; isso mais é um passo contra as maiorias sociais, denunciou Espinar.
O PSOE e o PP selaram um acordo para anexar à Constituição um princípio genérico de estabilidade orçamental, o qual impede às administrações públicas incorrer em um déficit estrutural que supere as margens exigidas pela União Europeia.
Um dos temas mais controversos e criticados da reforma, fixar um teto de despesa, ficou excluído da iniciativa e figurará ao final em uma lei orgânica, norma menos rígida e mais fácil de mudar, a ser aprovada antes de junho de 2012.
A coalizão Esquerda Unida acusou os socialistas e populares de decidir substituir uma Constituição social por outra conservadora, que vem imposta pelos mercados e pelas instituições financeiras que não respondem às necessidades dos cidadãos.
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