segunda-feira, 29 de agosto de 2011

ESTUDANTES E GOVERNO CHILENO FRENTE A FRENTE





Santiago do Chile, 28 ago (Prensa Latina) Os estudantes chilenos aceitaram o convite de dialogar do presidente Sebastián Piñera, mas ratificaram as demandas do movimento social a favor da gratuidade na educação e contra o lucro.

A porta-voz da Confederação de Estudantes do Chile (Confech), Camila Vallejo, declarou que na próxima terça-feira irão à La Moneda reunirem-se com o presidente, que na sexta-feira passada tinha chamado a uma mesa de diálogo "em um clima de paz e não de guerra".

No entanto, os representantes da Confech consideraram fundamental para o estabelecimento de uma mesa de trabalho real que o governo lhes dê resposta à carta entregue no começo da semana passada e que contém as principais reivindicações da sociedade com relação ao sistema de ensino.

"Isto não constitui uma mesa de trabalho nem de diálogo nem de negociação, mas só uma primeira aproximação", destacou Vallejo após uma longa reunião dos líderes das federações universitárias neste fim de semana em Temuco, capital da Araucanía chilena.

A líder universitária chamou a que sejam retirados os projetos levado ao Parlamento nos últimos dias, os quais foram elaborados pelo Executivo de modo unilateral, sem tomar em conta os critérios dos atores sociais.

A Confech exigiu também que se ponha fim à repressão do movimento estudantil e social. A respeito, condenaram a morte do adolescente Manuel Gutiérrez, baleado em uma comuna da Região Metropolitana, no contexto da greve nacional.

"Não podemos entrar para dialogar quando a contraparte está te reprimindo", reforçou porta-voz dos estudantes chilenos.

Os estudantes exigiram nesse sentido a saída do ministro do Interior, Rodrigo Hinzpeter. "A morte de Manuel não pode ficar impune", enfatizaram. "Sabemos bem, por testemunhas da comuna, onde assassinaram o colega e que foi por parte de Carabineiros", agregaram.

A Confech anunciou que amanhã será decretado "Dia de luto nacional" pela morte de Manuel, cujo funeral acontecerá este domingo.

A presidenta da Federação de Estudantes da Universidade do Chile reafirmou que o processo de mobilização continua de pé, enquanto não for dada resposta concreta à vontade do povo chileno de transformações radicais profundas no sistema de educação.

pgh/tpa/es


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