segunda-feira, 15 de agosto de 2011

NAVIO DE GUERRA PORTUGUÊS VAI COMBATER PIRATARIA NO CORNO DE ÁFRICA




DESTAK - LUSA

O combate à pirataria no Corno de África é a missão da fragata D. Francisco Almeida que hoje partiu de Lisboa rumo ao Índico para integrar a Força Naval Permanente da NATO e participar na Operação Ocean Shield 2011.

O navio de guerra, entregue à Marinha em 2010, tem uma guarnição de 185 militares, dos quais 14 mulheres, inclui uma equipa do pelotão de abordagem do Corpo de Fuzileiros e ainda o destacamento do Helicóptero Lynx. A operação decorrerá ente 01 de Setembro e 30 de Outubro.

“Esta missão está enquadrada internacionalmente e destina-se ao combate à pirataria e a garantir o livre trânsito de pessoas e bens na zona do Corno de África, que é um eixo fundamental do tráfego marítimo internacional”, explicou o comandante da fragata, Salvado Figueiredo.

Esta não é a primeira fragata portuguesa que integra uma força da NATO no combate à pirataria na zona do Corno de Africa e o objectivo é o mesmo: “proteger o tráfego marítimo que atravessa a costa da Somália, detendo e prevenindo actos de pirataria ou assaltos a navios naquela costa”.

O capitão de mar-e-guerra assegura que os seus militares estão “preparados para cumprir qualquer missão”, em particular “todas as acções que têm a ver com o impedimento de actos de pirataria que ponham em causa a navegação mercante naquela área”.

A missão foi preparada com antecedência e os militares tiveram treino específico estando “todas as tarefas perfeitamente estudadas”.

Uma das vantagens para a concretização da missão é o facto de os 15 fuzileiros que a integram já conhecerem bem o terreno porque já estiveram em ação naquela zona.
“Durante as nossas acções podemos ter que abordar as embarcações de pirataria, mas temos uma equipa de fuzileiros com experiência neste tipo de operações porque já estiveram no teatro de operações e conhecem bem a zona e isso deixa-nos descansados”, acrescentou.

Muitos militares já têm experiência neste tipo de missões, mas a 2ª marinheira Sara Santos, uma açoriana de 22 anos, com três ano e meio de marinha, vai fazer a sua estreia “numa operação real”. Admite estar empolgada e um pouco nervosa, mas confia plenamente na guarnição e no sucesso da operação.

“Apesar de termos algum receio do contacto directo com os piratas vamos para estas missões para as concretizar. Estarmos 3 meses só a fazer patrulha… já que eles lá estão, vamos em busca deles”, disse à agência Lusa.

Até agora, Sara Santos, que está há três anos e meio na Marinha só participou em exercícios ao longo da costa portuguesa e do mediterrâneo.

“Tenho respeito pelo que se está a passar na zona, mas tenho confiança que vamos conseguir cumprir a nossa missão”, assegurou a marinheira que não tinha família a despedir-se por estarem longe.

Uma das imagens mais marcantes da saída do navio da base de Lisboa foi a centena de familiares que, com lágrimas nos olhos, se despediam dos marinheiros, mas confiantes que, daqui a três meses, regressarão "são e salvos e com a garantia de dever cumprido".

A fragata Corte Real foi a primeira a integrar uma força de intervenção rápida da Nato, há cerca de dois anos, e chegou mesmo a receber um louvor.

*Foto em Lusa

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