domingo, 7 de agosto de 2011

Portugal: “POBRES NÃO PODEM SER CONSIDERADOS PORTUGUESES DE SEGUNDA”, diz PS





Numa reacção ao Programa de Emergência Social anunciado esta sexta-feira pelo Governo, a esquerda lançou críticas à actuação do Executivo, com o PS a defender que os pobres não podem ser vistos como «portugueses de segunda».

O PS considera «pertinente a preocupação do Governo de apresentar medidas que apoiem as pessoas com dificuldades», mas Sónia Fertuzinhas faz reparos à lógica assistencialista.

«Não consideramos que os pobres por serem pobres sejam considerados portugueses de segunda com medidas de segunda», afirma a deputada.

A título de exemplo, a deputada fala em «aligeirar a fiscalização nas cantinas das instituições sociais».

À esquerda do PS, a crítica é mais incisiva. PCP e BE sublinham que as medidas apresentadas não escondem todos os cortes sociais que o Governo de direita já fez.

O comunista Jorge Machado considera que o programa de emergência social está envolto em «profunda hipocrisia».

«O Governo quer dar aos idosos medicamentos em final de prazo, mas ao mesmo tempo retira, por exemplo, a comparticipação, o que vai obrigar a que milhares de idosos fiquem sem qualquer comparticipação nos medicamentos», diz, acrescentando que ao mesmo tempo que o Governo pretende dar um passe social «aumenta para milhares de portugueses aquilo que é o custo com transportes públicos».

Também a bloquista Mariana Aiveca frisa que «este conjunto de medidas não consegue esconder todos os cortes nos apoios sociais e às famílias já decididos por este Governo», como os aumentos nos transportes, na água e na electricidade, o embaratecimento no despedimento, o aumento do desemprego, por exemplo.

O Governo corta com uma mão e dá migalhas com a outra, queixa-se a esquerda mais à esquerda. O PS diz que o plano falha no apoio ao regresso ao mercado de trabalho dos desempregados.

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