terça-feira, 9 de agosto de 2011

PORTUGUESES RELATAM “PANDEMÓNIO” EM LONDRES





Vaga de tumultos está a alastrar a várias zonas de Londres e a outras cidades, como Birmingham e Leeds.

Ricardo Afonso, Francisco Teixeira e Rafael Cunha, três portugueses a viver em Londres, contaram à Renascença como têm sido os últimos dias de tumultos na cidade.

Francisco Teixeira compara a propagação dos incidentes como se de um vírus de violência se tratasse.

“Já está a espalhar-se ao sul de Londres, é mais um vandalismo, não se consegue descrever muito bem. É um vandalismo em que os jovens partem os vidros das lojas, saqueiam, roubam, incendeiam carros, autocarros, carros da polícia, casas particulares”, refere esta português a residir na capital britânica.

“É um pandemónio sem explicação, mas o que está a preocupar mais neste momento as pessoas é a maneira como está a espalhar-se, como um vírus. Começou anteontem [sábado] no norte de Londres e agora já está a espalhar-se por toda a grande Londres”, relata Francisco Teixeira. 

Um outro português a residir em Londres, Ricardo Afonso, dá conta de um sentimento generalizado de falta de resposta por parte das autoridades.

“Há uma espécie de angústia em relação à falta de reacção do Governo. As pessoas estão à espera de reacção do Governo e uma reacção imediata, é preciso fazer algo. Eu tenho estado a seguir o Twitter e há pessoas que já estão a pedir uma reacção mais extrema, que é trazer o Exército para a cidade, mas se calhar não é assim tão extrema, se calhar é necessária.”  
  
“A polícia para não ter mão, parece que está a apagar fogos um passo atrás, não consegue sequer proteger os bombeiros, os bombeiros não entram a tempo porque não têm protecção, então se calhar é preciso uma acção mais forte do Exército”, afirma Ricardo Afonso.

Nestas declarações à Renascença, Ricardo Afonso mostra-se incrédulo com as cenas de violência dos últimos dias no coração de Inglaterra.

“Eu sinceramente estou de boca aberta, eu nunca vi nada disto a passar-se aqui em Londres, é uma espécie de pessoas a atirarem pedras a janelas dos próprios sítios onde vivem, não faz sentido estarem a roubar as coisas que lhes pertencem. Há bocado uma senhora dizia na televisão que «estamos a roubar estas televisões porque estamos a tentar compensar o que pagamos nos impostos». Não faz sentido, não consigo fazer sentido das palavras dessa senhora.”

Outro testemunho recolhido é o Rafael Cunha, residente no bairro de Camden, onde esta noite a polícia se viu impotente para conter as pilhagens.

“São adolescentes que não sabem o que estão a fazer e estão a roubar as lojas em Camden. Ouve-se carros da polícia a passar, mas não me parece que haja confrontos frente a frente”, explica Rafael Cunha

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