sábado, 13 de agosto de 2011

REPRESSÃO MILITAR NA SÍRIA ALASTRA A MAIS DUAS CIDADES




PÚBLICO

Média de mortes intensifica-se no Ramadão

Veículos militares entraram na cidade portuária de Latakia, na Síria, onde na véspera se tinham manifestado cerca de 10 mil pessoas, quando a repressão aos protestos se intensificou durante o mês do Ramadão.

As preces diárias que marcam o final do jejum são pretexto para que as pessoas se juntem e saiam da mesquita para protestar. Testemunhas dizem que o número de vítimas aumentou durante o Ramadão: “Costumávamos ter 20 mortos a cada sexta-feira, mas agora há 20 pessoas a serem mortas quase todos os dias”, comentou um habitante à BBC.

Mais de 1700 pessoas morreram já na repressão aos protestos que começaram em Março, dizem organizações sírias – os EUA chegaram mesmo a falar em mais de 2000 mortos. As autoridades afirmam que morreram 500 soldados e polícias em acções que descrevem como sendo de gangs criminosos.

Habitantes de Latakia descrevem uma cidade sob fogo intenso depois da entrada de 20 tanques militares. Mal os carros de combate entraram, mutios habitantes da cidade decidiram fugir, na maioria, mulheres e crianças.

Também a cidade de Qusair, perto da fronteira com o Líbano, foi palco de uma acção militar que matou pelo menos onze pessoas, segundo activistas.

Enquanto isso, continuava a acção em Deir al-Zor, que como Hama tem sido fortemente atingida pela ofensiva lançada no início do Ramadão. E um médico, que falou sob anonimato à Reuters, relatou que muitos manifestantes que saíam das mesquitas após as orações de sexta-feira foram recebidos com tiros dos militares. Pelo menos três morreram. O médico acrescentou ainda que desde o início da ofensiva no domingo, morreram pelo menos 80 pessoas em Deir al-Zor – a maioria, vítima de tiros de snipers.

Em toda a Síria, após as manifestações de sexta-feira que tiveram como mote “Só nos ajoelhamos perante Deus”, contabilizaram-se 16 mortes. Entre elas estava uma mulher grávida e um adolescente de 16 anos num subúrbio de Damasco.

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