segunda-feira, 26 de setembro de 2011

ALEMANHA PROTEGEU CRIADOR DA CÂMARA DE GÁS APÓS A GUERRA




JORNAL DE NOTÍCIAS

Documentos secretos do serviço de inteligência alemã revelam que Konrad Adenauer, chanceler da República Federal da Alemanha entre 1949 e 1963, protegeu líderes nazis escondidos na América do Sul.

Os documentos provam, também, que o chanceler utilizou dinheiro dos cofres do Estado para financiar residências de luxo aos nazis. O último caso, motivo de polémica na opinião pública alemã, foi o de Walter Rauff, oficial nazi e chefe do departamento técnico das SS, que arquitectou o método de extermínio por câmara de gás.

Após ter sido capturado pelas forças norte-americanas, em 1945, Walter Rauff foi declarado culpado pela morte de meio milhão de judeus em Auschwitz e condenado à prisão. Conseguiu escapar, dois anos depois, e refugiou-se no Peru, Argentina e Chile, onde chegou com a família em 1958, segundo conta o diário espanhol "El Mundo".

Bodo Hechelhammer, director da equipa de investigação que analisa os documentos dos serviços de inteligência alemã (BND), descobriu evidências de que Rauff esteve ao serviço dos serviços secretos alemães, entre 1958 e 1962, tendo cobrado honorários de 70 mil marcos alemães (cerca de 35700 euros).

Quando Rauff foi localizado em Santiago do Chile iniciou-se o processo de extradição para a Alemanha. No entanto, o Supremo Tribunal chileno não autorizou o processo e, mesmo após deixar de receber o salário de funcionário alemão, Rauff pôde terminar os seus dias dedicando-se ao comércio e à pecuária.

O fundador das câmaras de gás acabou por falecer, em Maio de 1984, vítima de ataque cardíaco.

Estas ligações, para serviços externos ao Jornal de Notícias, permitem guardar, organizar, partilhar e recomendar a outros leitores os seus conteúdos favoritos do JN(textos, fotos e vídeos). São serviços gratuitos mas exigem registo do utilizador.

Mais Mundo

Sem comentários:

Mais lidas da semana