sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Angola: MÍSSEIS ABANDONADOS EM VIANA




JOSÉ MEIRELES – O PAÍS, opinião

Tem a Força Aérea Nacional (FANA) montado e abandonado, faz tempo, sem a menor protecção aparente, uma unidade anti-míssil, com todo o arsenal bélico, nas imediações da moagem Kwaba, no quilómetro 9, em Viana.

A presença desse equipamento militar preocupa a população da zona que ergueu casas bem juntinho à unidade, que perdeu esse estatuto, com o desaparecimento da vedação, passando a servir de depósito de lixo, de lavras de camponeses e de caminho alternativo aos candongueiros e pedestres.

As crianças, na sua habitual inocência, aproveitam o recinto para brincadeiras, ignorando o perigo daqueles equipamentos.

Os moradores receiam um dia a explosão daquelas armas de longo alcance, a julgar pelo facto de se efectuar constantemente a queima do lixo, o que poderá degenerar em incêndio de incalculáveis proporções.

A zona, um quarteirão é delimitada apenas por capim, arbustos e um arame cansado e caído, que não fere ainda que se pisar nele descalço.

Após a assinatura dos acordos de paz, algumas unidades militares em Luanda deixaram de existir e em seu lugar foram erguidas escolas, residências, superfíceis comerciais e outros bens de utilidade pública.

Agora, não se consegue compreender a permanência daquela unidade em Viana, mais a mais por ter no seu espólio rampas de lançamento de baterias de mísseis, radares e outros meios de defesa anti-aérea ao alcance de civis.

Exemplo de triste memória de coabitação entre unidades militares, paióis de armamentos e residências vem do Rocha Pinto, onde em 1992, na zona do Kantintom, explodiu um paiol também da Força Aérea. Este cenário dantesco não pode ser repetido. Há que tomar medidas! Morreram pessoas e as populações da zona viveram dias de pânico, pois o incêndio e as respectivas explosões duraram dias. Não vá novamente a Força Aérea Nacional repetir a mesma experiência do Kantintom.

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