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Os 27 detidos na manifestação de 8 de Setembro, em Luanda, de apoio aos jovens presos por se manifestarem contra o presidente angolano, foram todos absolvidos.
Luís Nascimento, advogado de Defesa dos jovens, lembrou que antes de ser conhecida a decisão, o Ministério Público pedira a absolvição de todos os arguidos, com excepção de dois, designadamente de Mfuka Muzemba, o secretário da Juventude da UNITA (JURA), principal partido da Oposição, e de Abrão Muindo.
O advogado explicou, à Lusa, que a polícia não conseguiu apresentar em tribunal "qualquer prova" que implicasse os 27 arguidos, que eram acusados dos crimes de desordem, ruído, tumulto, desobediência e danos.
Luís Nascimento reconheceu, contudo, ter ficado "surpreendido" com o facto de o juiz ter decidido libertar todos os jovens, incluindo o secretário da JURA, Mfuka Muzemba, que sempre fora um dos principais focos do julgamento.
"Fiquei surpreendido com a decisão do juiz, não sei se correspondeu à sua própria consciência ou à Constituição, ou se foi em resposta a uma posição do próprio poder com fim de atenuar o clima de tensão que se instalou nos últimos dias", afirmou.
Os 27 arguidos absolvidos esta segunda-feira tinham sido detidos nas imediações do Tribunal de Polícia de Luanda, na sequência de uma manifestação de apoio aos 21 jovens, presos na manifestação de 3 de Setembro contra o Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, que culminou na condenação de 18 deles, a penas de prisão efectiva entre os 45 e os 90 dias.
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