LIBERAL - Editorial
Muitos se interrogam se o seu partido não deveria encontrar uma solução que - não retirando o PAICV da governação - substituísse José Maria Neves por alguém com sentido de Estado e objectiva competência. Neves está esgotado.
A míngua de fornecimento de energia eléctrica de que é vítima a população cabo-verdiana vem pôr a nu a incompetência do Governo, apesar das promessas eleitorais de que iria resolver o problema - e de que a luz e a água ficariam mais baratas a partir de 6 de Fevereiro de 2011. Nada mais falso!
Saiu Fátima Fialho, entrou Humberto Brito para a pasta da energia e os problemas agudizaram-se. O jovem ministro, natural da Calheta, e que José Maria Neves “se lembrou” de colocar no Executivo, respondendo à estratégia partidária do PAICV para, no futuro (2012), tentar conquistar a Câmara de São Miguel colocando Brito como candidato, pode não estar a resultar, tamanha a incompetência com que tem gerido o “dossier Electra”.
A cidade da Praia está a viver o drama dos apagões, por alegadas avarias e falta de dinheiro para comprar combustível, mas situação semelhante se vivia ontem em São Vicente e, já há alguns dias, em Porto Novo. Para não falar nos cortes de energia recorrentes nos concelhos de São Domingos, Ribeira Grande de Santiago, Santa Catarina, Tarrafal e São Miguel.
É um país praticamente mergulhado na escuridão, por incompetência deste Governo que, em 2005, decidiu nacionalizar a empresa de produção e distribuição de energia e água, retirando-a das mãos dos portugueses, com declarações bombásticas de José Maria Neves: “ou luz ou vai-te embora”, indicando a fronteira à EDP e AdP. Para, agora, impotente em resolver o problema, vir cinicamente indicar a solução: privatize-se! - o que demonstra o grau de desorientação do Governo e a sua incompetência.
Este Governo e José Maria Neves têm demonstrado não estar à altura de dar resposta a um problema tão elementar como é o da falta de energia e de água. Já é tempo de mais. Desde o “luz ou vai-te…”, já passaram seis anos e o Primeiro-ministro não encontra solução para o problema. Ao não corresponder a necessidades tão básicas da população a legitimidade de JMN como chefe do Executivo começa a ficar abalada, e muitos se interrogam se o seu partido não deveria encontrar uma solução que - não retirando o PAICV da governação - substituísse José Maria Neves por alguém com sentido de Estado e objectiva competência.
Neves está esgotado, recentemente revelou em entrevista ter-se candidatado a contra-gosto e por “pressões”… Ora, o País não precisa de um Primeiro-ministro a fazer fretes e dispensa alguém que parece ter perdido a noção do real.
Um país que, ao fim de 36 anos de independência, ainda não conseguiu resolver questão tão relevante para a vida dos seus cidadãos, é sinal que precisa de “mudar de gerência”… A grande bandeira de José Maria Neves - a infra-estruturação do país - começa também a ser questionada. Por exemplo, terá valido a pena gastar cerca de 3 milhões de contos na Circular da Praia – cuja utilidade é discutível – e não ter dinheiro para pagar combustível e comprar peças para manutenção de equipamentos da Electra?
O desnorte e a insanidade parecem ter tomado conta do país!
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