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MAPUTO, 17 SET (AIM) - Pelo menos doze elefantes foram abatidos por caçadores furtivos no espaço de uma semana no Parque Nacional das Quirimbas (PNQ), na província de Cabo Delgado, norte do país, facto que constitui um prejuízo aos esforços de conservação das espécies faunísticas.
O Parque Nacional das Quirimbas é uma área protegida que ocupa uma extensão territorial aproximada de
Em comunicado de imprensa do parque, recebido pela Redacção da AIM, administração da área, estabelecida em 2002 por Decreto do Conselho de Ministros, denuncia a movimentação, nos distritos de Ancuabe e Meluco, de quatro homens trajados de uniforme militar e munidos de metralhadoras do tipo AK-47, que se dedicam ao abate de elefantes.
Os indivíduos, segundo o comunicado citado pelo Jornal 'Noticias', ameaçam matar qualquer cidadão que se recuse a colaborar com eles nas suas incursões, sobretudo no carregamento dos troféus.
Nos últimos tempos registam-se, segundo a fonte, casos frequentes de caça furtiva levada a cabo por cidadãos nacionais e estrangeiros movidos pelo interesse de obter pontas de marfim e apontam como prova as frequentes descobertas de carcaças de elefantes abandonadas nas matas do parque, depois de lhes serem retiradas as pontas de marfim.
Apesar de nos últimos meses terem sido efectuadas várias detenções em conexão com o acto, as autoridades do parque mostram-se preocupadas com a elevada prevalência de acções ligadas àquele fenómeno, estimulada não só pela insuficiência de fiscais, mas também pelos sofisticados recursos usados pelos furtivos.
As autoridades do parque têm organizado acções conjuntas de fiscalização envolvendo ficais, Polícia de Investigação Criminal (PIC), polícia de protecção, lideranças comunitárias, na identificação dos supostos violadores as normas por vezes com resultados satisfatórios.
Dos resultados das operações constam seis casos de caçadores furtivos que foram neutralizados e encaminhados às autoridades judiciais na cidade de Pemba, indiciados de crime de abate ilegal de elefantes, uso de produtos tóxicos para envenenamento de animais e posse ilegal de armas de fogo do tipo AKM.
'Entretanto, nenhum dos casos remetidos à Procuradoria e Tribunal na Cidade de Pemba relativos ao porte ilegal de armas e abate indiscriminado de elefantes na área do PNQ teve até aqui um desfecho satisfatório', destaca o documento.
O documento avança que depois de extraído por vias fraudulentas, o marfim é transportado num helicóptero cuja proveniência e chapa de matrícula não foi possível apurar, para um destino igualmente desconhecido.
Todavia, as autoridades já identificaram indivíduos que se presume sejam colaboradores da quadrilha, tendo já sido destacada, para o local do abate, uma equipa de fiscais e agentes da Polícia da República de Moçambique para averiguar as circunstâncias em que se deu o abate dos animais e o transporte dos troféus.
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