domingo, 4 de setembro de 2011

Cerca de 50 detidos após manifestação em Luanda, desconhecida a sua situação - advogado


Ditador dos Santos, há cerca de duas semanas, discursa na Cimeira SADC… e até fala em democracia (PG)


Cerca de 50 pessoas terão sido detidas desde sábado em Luanda, no seguimento dos protestos anti-Governo, segundo um advogado que hoje realizou várias diligências, sem sucesso, para saber onde e como se encontram estes detidos.

Em declarações à Agência Lusa, o advogado Luís Fernandes Nascimento, que é também membro do conselho nacional do Bloco Democrático, disse ter sido contactado por "muitos familiares", no sentido de tentar saber onde e como estão os detidos.

As detenções terão ocorrido no sábado, em Luanda, no seguimento de uma manifestação a favor da demissão do Presidente angolano, José Eduardo dos Santos.

Segundo Luís Fernandes Nascimento, as detenções ascendem a 50, desde sábado, e os detidos não estão contactáveis.

O advogado terá tentado contactar os detidos, mas a informação que obteve dos elementos das esquadras é que estes não tinham quaisquer informações para fornecer.

A Polícia angolana indicou no sábado que 24 pessoas foram detidas na sequência da manifestação que pedia a destituição do Presidente angolano em Luanda, tendo ficado feridos três oficiais e um agente policial, segundo a Angop.

De acordo com um comunicado da Polícia Nacional de Angola, citado pela agência de notícias angolana Angop, três oficiais, um agente e três cidadãos foram feridos por elementos ainda não identificados perto do Largo Sagrada Família, em Luanda, na sequência da manifestação.

A Polícia justifica que as pessoas ficaram feridas quando efetivos da corporação tentavam persuadir alguns cidadãos a não abandonarem o espaço protegido para o referido ato, a fim de evitar a desordem pública.

"Contrariando as orientações da Polícia, alguns indivíduos, de forma anárquica, forçaram o cordão de segurança policial, proferindo ofensas verbais contra pacatos cidadãos que circulavam nas redondezas e aos efetivos da Polícia Nacional, alegando que pretendiam dirigir-se ao palácio", diz a Polícia no comunicado citado pela Angop.

As autoridades dizem ainda que foi "o incumprimento da ordem da Polícia [que] gerou um clima de violência entre os transeuntes e os manifestantes, que culminou no arremesso de objetos contundentes, que estiveram na causa dos ferimentos", e que terão "obrigado" a Polícia a deter 24 pessoas, "para que os órgãos competentes façam justiça", lamentando ainda a situação.

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