domingo, 4 de setembro de 2011

O QUE DIZ E O QUE DIZIA PASSOS COELHO




ORLANDO CASTRO*, jornalista – ALTO HAMA

O primeiro-ministro de Portugal, Pedro Passos Coelho, disse hoje que a "única maneira" de sair da crise de "cara levantada" passa por "gastar menos", dando como exemplo os cortes efectuados na Saúde e Educação.

No início deste ano dizia: "Estamos disponíveis para soluções positivas, não para penhorar futuro tapando com impostos o que não se corta na despesa."

"Quando se gasta mais do que se tem, tem que se passar a gastar menos e gastar menos é um aborrecimento, gastar menos é a única maneira de sair desta crise de cara levantada", afirmou hoje Passos Coelho.

No início deste ano dizia: "Sabemos hoje que o Governo fez de conta. Disse que ia cortar e não cortou. Nas despesas correntes do Estado, há 10% a 15% de despesas que podem ser reduzidas."

"Muitos durante muito tempo pediram ao Governo que apresentasse os cortes na despesa, agora que apresentamos os cortes 'aqui d"el Rei' que eles fazem falta, que não se pode tirar daqui, que não pode tirar dali, que não se pode tirar de acolá", criticou hoje Passos Coelho.

No início deste ano dizia: "Vamos ter de cortar em gorduras e de poupar. O Estado vai ter de fazer austeridade, basta de aplicá-la só aos cidadãos. Ninguém nos verá impor sacrifícios aos que mais precisam. Os que têm mais terão que ajudar os que têm menos."

"As pessoas sabem que a Saúde ficaria muito pior se Portugal se mantivesse num ritmo de endividamento. Porque chegaria uma altura em que os hospitais não teriam mesmo dinheiro para fazer aquilo que é preciso para salvar a vida das pessoas, para cuidar do bem-estar da população", declarou hoje Passos Coelho.

No início deste ano dizia: "Queremos transferir parte dos sacrifícios que se exigem às famílias e às empresas para o Estado. Já estamos fartos de um Governo que nunca sabe o que diz e nunca sabe o que assina em nome de Portugal."

"O que nós não queremos é que um dia as escolas não tenham condições para poder desenvolver a sua função e era isso que aconteceria se continuássemos a gastar de qualquer maneira, aliás não o podíamos fazer porque tínhamos que o pedir emprestado e já ninguém nos emprestava dinheiro para esse efeito", disse hoje Passos Coelho.

No início deste ano dizia: "Se formos Governo, posso garantir que não será necessário despedir pessoas nem cortar mais salários para sanear o sistema português.

E interrogava-se: "Como é possível manter um governo em que um primeiro-ministro mente?"

*Orlando Castro, jornalista angolano-português - O poder das ideias acima das ideias de poder, porque não se é Jornalista (digo eu) seis ou sete horas por dia a uns tantos euros por mês, mas sim 24 horas por dia, mesmo estando (des)empregado.

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