JORNAL DE NOTÍCIAS - ontem
Um responsável da Polícia Nacional angolana afirmou que as autoridades tentaram impedir que manifestantes se deslocassem às embaixadas dos Estados Unidos e da França em Luanda por razões que têm a ver com a segurança dessas representações diplomáticas.
"Impedimos que eles fossem às embaixadas porque estamos num período um pouco conturbado já que o 11 de Setembro está próximo e algumas medidas especiais estão a ser tomadas sobretudo nas embaixadas ocidentais face à ameaça do terrorismo internacional", explicou o segundo comandante da Polícia Nacional de Angola.
Em declarações à Agência Lusa, o comissário chefe Paulo de Almeida negou "qualquer excesso policial", salientando que a intervenção da polícia contra as pessoas que estavam concentradas junto ao tribunal onde decorria o julgamento dos 21 manifestantes detidos no sábado foi necessária para "acabar com a confusão".
Os 21 arguidos fazem parte de um grupo de jovens que no sábado realizou uma manifestação em Luanda para exigir a destituição do chefe de Estado angolano.
"Alguns indivíduos apareceram e tentaram fazer manifestações com cartazes e outras injúrias perto do local do tribunal. Essas pessoas também estavam a obstaculizar o trânsito pelo que a polícia os aconselhou a sair daquele local", explicou.
Verificou-se então, segundo comissário-chefe Paulo de Almeida, "uma reacção negativa" por parte desses indivíduos que "começaram a arremessar pedras que atingiram elementos da polícia e danificaram alguns dos nossos carros".
De acordo com o comissário chefe Paulo de Almeida foi ali que as autoridades viram-se obrigadas a efectuar algumas detenções. O número exato de detidos ainda não esta apurado, mas o responsável da Polícia Nacional garantiu que entre as pessoas que hoje foram presas estão "pelo menos cinco elementos afectos à Juventude da UNITA e outros do Bloco Democrático", ambos partidos da oposição em Angola.
"A polícia teve de dispersá-los para impedir que prosseguissem com essa onda de vandalismo. Depois estes arruaceiros procuraram outros mecanismos para irem protestar (...) As pessoas que foram dispersadas começaram então a dirigir-se para outros locais, nomeadamente para as embaixadas dos Estados Unidos e da França, pensando que ali podiam continuar com os seus protestos, o que nós tentamos impedir", afirmou o responsável.
A Lusa contactou a embaixada dos Estados Unidos em Luanda, tendo a porta-voz remetido para mais tarde uma resposta sobre o assunto.
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