domingo, 9 de dezembro de 2018

APONTAMENTOS SOBRE ÁFRICA - novo livro de Martinho Júnior



Enquadrado no 43º Aniversário dos organismos da Segurança do Estado de Angola, sob edição do Instituto de Informações e Segurança, durante o Acto Provincial de Luanda (o Acto Central ocorreu na cidade do Huambo), foi lançado o livro de minha autoria, “APONTAMENTOS SOBRE ÁFRICA”.

Este livro é um compêndio, com 357 páginas, que integra algumas das minhas intervenções publicadas ao longo dos anos (um total de 43), quer no desaparecido semanário “Actual”, quer no Página Um Blogspot (http://pagina--um.blogspot.com/), quer mais recentemente no Página Global Blogspot (http://paginaglobal.blogspot.com/).

A imensa vulnerabilidade de África está patente, mas também muito do que à luta diz respeito, contra o colonialismo, contra o “apartheid”, contra as respectivas sequelas, procurando-se contudo e sempre abrir a janela para se apontarem capacidades potenciais que são caminhos para os processos de luta contemporânea contra o subdesenvolvimento e por um desenvolvimento sustentável.

O 43º Aniversário não foi por isso apenas mais uma efeméride.

No SINSE, assim como nas vias de reformulação da Comunidade da Segurança do Estado, começou-se a corresponder a novos parâmetros e com esses parâmetros, começa a tornar-se possível a introdução de novas filosofias, novas doutrinas, novos conceitos, novas capacidades, em tudo aferidos às orientações que respondem a desafios do presente e do futuro.

Para o futuro, na breve intervenção que fiz durante o Acto Comemorativo, sublinhei a necessidade de se trabalhar para uma ampla e abrangente plataforma profícua de cultura de inteligência patriótica, aberta a todas as sensibilidades sócio-políticas nacionais, assim como às sensibilidades dos nossos amigos e aliados, em reforço duma Angola independente, soberana, democrática, pacífica e solidária.

Os autores da história, muitos deles membros da Comunidade da Segurança do Estado, têm um espaço em aberto nessa plataforma, na espectativa de não deixarem para outros a narração de suas experiências e vivências, algo que não deve perder de vista a responsabilidade da transmissão honesta do conhecimento sobre os acontecimentos, cenários e enredos do passado em benefício das gerações vindouras.


O resgate do conhecimento científico e investigativo multidisciplinar é outro dos desafios dessa plataforma visando a gestação da cultura de inteligência patriótica.

Os angolanos, os seus amigos e os seus aliados, não devem deixar para terceiros (e para os interesses destes), as tão necessárias abordagens científicas e investigativas que há a fazer sobre todo o espaço nacional, levando em especial consideração a correlação entre os factores físicos-geográfico-ambientais-hidrográficos, com os factores humanos, seguindo uma trilha antropológica e combatendo as assimetrias decorrentes do longo processo colonial e das guerras.

O Instituto de Informações e Segurança pode assumir um papel catalisador, estabelecendo nexos, acordos e/ou protocolos com outras instituições do estado e privadas, assim como com as universidades e institutos superiores, mobilizando-os para as imensas tarefas no âmbito da plataforma duma cultura de inteligência patriótica.

Esse esforço é tanto mais urgente quanto um certo elitismo que sopra subtilmente do sul, das velhas pistas de Cecil John Rhodes pelo miolo do continente, se vai aproximando das nossas fronteiras, procurando influenciar sobretudo no sentido dos seus interesses.

Angola por outro lado, foi pensada e dinamizada a partir dos olhos daqueles que chegavam pelo mar, num longo processo que está intimamente associado às causas das assimetrias infraestruturais, estruturais e humanas que hoje se tornaram gritantes, pelo que a necessidade duma geoestratégia para um desenvolvimento sustentável se coloca com toda a acuidade e premência.

Nos “APONTAMENTOS SOBRE ÁFRICA” algumas dessas questões são abordadas, com a preocupação de dar continuidade ao sentido histórico do Movimento de Libertação em África, por via duma lógica com sentido de vida que corresponde às mais legítimas aspirações de paz para todos os povos africanos.

Martinho Júnior - Luanda, 29 de Novembro de 2018

Imagens:
Capa do novo livro;
Momento dos autógrafos

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