MARTINHO JÚNIOR
A IIIª GUERRA MUNDIAL A DOIS TEMPOS
O 11 de Setembro de 2001 tem um sinistro significado, para além dos acontecimentos em si: foi a partir dessa data que os falcões que se instalaram no poder nos Estados Unidos começaram a desfiar o colar de guerras que conta a conta vai alastrando a partir do foco que constitui o primeiro impacto, o Oriente Médio, escolhendo eles próprios os alvos e os tempos de eclosão, sem haver declaração da universalidade causal desse “princípio” para além da constatação da existência de cerca de 800 bases espalhadas pelo mundo, só sob o encargo dos Estados Unidos (os satélites não estão ao alcance e é impossível sequer contabilizá-los)!
Significativamente esse 11 de Setembro de 2001 é sequência do 11 de Setembro de 1973, quando por via dum golpe militar sangrento Pinochet derrubou uma legítima democracia carregada de esperanças a fim de dar corpo, em pleno laboratório vivencial, às experiências neo liberais dos “Chicago boys” na essência económica e financeira da sua ditadura.
Seria impossível os falcões existirem sem o ninho do neo liberalismo que os viu nascer e esse neo liberalismo seria impossível ser disseminado se não tivesse havido o laboratório do Chile de Pinochet, que tantos lucros deu à aristocracia financeira mundial e à oligarquia chilena e tantos sacrifícios acarretou desde logo e em primeira mão para o povo chileno e para suas mais esclarecidas vanguardas progressistas e democráticas!
Isso que dizer que as correntes que esse neo liberalismo do império explorou, a contento da aristocracia financeira mundial, por via dos fenómenos da globalização, foram as mesmas que colocaram no poder os ditadores e os falcões.
O império após o laboratório do Chile sob Pinochet, não parou com as experiências: não só fez expandir as correntes neo liberais pelo mundo, contribuindo para o derrube do “socialismo real”, como instalou essa ideologia-opção numa multiplicidade de poderes regionais e nacionais, como também e por fim, cristalizou essa ideologia e sua praxis nos mecanismos do poder nos Estados Unidos, onde a vontade decisiva é a vontade dos “lobbies”, reduzindo a “democracia representativa” à ditadura do capital ao ponto de, entrando no beco sem saída do império, esgotar qualquer hipótese de concorrência.
O corpo do império está contaminado pela transfusão de neo liberalismo que foi ensaiado de há 38 anos a esta parte no Chile e ainda não teve fim nesse país, apesar dos enredos da “democracia representativa” que sucedeu à ditadura: se o laboratório se abriu aos “Chicago boys” no quadro da ditadura de Pinochet, esse mesmo laboratório, experiência a experiência, propiciou aplicar a mesma receita à “democracia”, transferindo para o controlo do capital, através de escolhidos mentores políticos, o poder ditatorial.
Cada vez mais se assiste, com a honrosa excepção da América Latina onde a ALBA se constituiu como resistência, à concentração em cada vez menos mãos do capital, ao mesmo tempo que a mancha de pobreza se expande como óleo num mar quente, à imagem e semelhança com o derrame da plataforma da BP no Golfo do México…
Haverá alguma incompatibilidade de carácter e de comportamento entre a personagem de Pinochet e as de George W. Bush, Dick Chenney ou Donald Rumsfeld?
Não servem quaisquer deles o mesmo tipo de interesses, com uma filosofia e metodologia similar, aprendida e influenciada pela mesma escola, uma aplicada ao Chile e à América Latina (recorde-se a Operação Condor) e outra aplicada aos Estados Unidos e a todo o universo?
Um “site” em língua portuguesa faz uma excelente retrospectiva evidenciando de forma substantiva a interligação entre os dois tempos a 11 de Setembro: o Carta Maior sob o título “Os dois 11 de Setembro” (http://www.cartamaior.com.br/templates/index.cfm?home_id=123&alterarHomeAtual=1).
Quantos atentados à democracia não têm eclodido de forma manipulada e com a utilização de ingerências, para que o poder ditatorial dum punhado de poderosos aristocratas das finanças, ou de seus representantes oligárquicos ou elitistas se imponha a toda a humanidade?
Para além de William Blum (“Killing hope” – http://killinghope.org/) que tem feito o inventário, quanto os Estados Unidos e seus aliados-fantoches têm procurado a todo o transe disseminar desequilíbrios, semear ingerências com maior ou menor grau de subtileza e persuasão, manipular na ânsia de colocar no poder oligarquias e elites, jogando em todo o mundo com essa globalização contaminada pelo “seu” neo liberalismo?
O que tem levado a que essa poderosa aristocracia, ao invés de considerar o planeta como a nossa única casa comum, respeitando-o tal qual ele é, o trate como se ele fosse o imenso Júpiter, exaurindo-o da pior forma das suas potencialidades e sacrificando, da maneira mais maquiavélica, cada vez mais a esmagadora maioria da população mundial sujeita a todo o tipo de riscos: à pobreza, à fome, à miséria, à guerra, à morte?...
Há também cada vez mais personalidades que colocam dúvida na versão oficial dos falcões sobre o 11 de Setembro de 2001, por muitas razões técnicas, mas também por razões históricas: foram os Estados Unidos que por via do derrube sangrento duma democracia instalou a ditadura para fazer prevalecer as experiências dos “Chicago boys” no Chile e por isso, que credibilidade poderá haver para os falcões quando eles têm o mesmo berço neo liberal que o ditador?
O sentido da rapina mais do que o sentido do lucro é de tal maneira forte que as suas próprias moedas, nos seus próprios espaços nacionais e territoriais, se ressentem dos desequilíbrios e abrem espaço não só à inflação, mas sobretudo à especulação!
Não existe ética nem moral para os poderosos da aristocracia financeira mundial e por isso, se essa ausência de ética e de moral se consumou a 11 de Setembro de 1973, por maioria de razão é de se colocar em causa a versão oficial do 11 de Setembro de 2001!
De certo modo é precisamente isso que argumenta Thierry Meyssan em “As comemorações orwelianas do 11 de Setembro anunciam novas guerras” – http://www.voltairenet.org/As-comemoracoes-orwellianas-do-11.
De facto Barack Hussein Obama, ao colocar o AFRICOM implicado no caso da Líbia de forma a introduzir a OTAN na “área operacional” em benefício de “rebeldes” que integram a Al Qaeda, assume a sua quota parte de responsabilidades na esteira do “triunvirato” a que “presidiu” George W. Bush!
A 11 de Setembro de 2001 e utilizando os acontecimentos como justificação, os actos de terrorismo foram multiplicados, tentando os falcões, com o poder incomensurável que dispõem, apagar o fogo com combustível, da pior forma, sem emitir declaração dessa imensa batota!...
… Deram abertura sem dúvida a uma IIIª Guerra Mundial, que se está a desfiar conta a conta, “a Guerra que estamos com ela”, com toda a humanidade contaminada pelos venenos que foram experimentados a partir das fórmulas que tão esmeradamente realizaram no laboratório do Chile!
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